Sobre o sentido de viver

E quem espera muito do outro, não sabe, mas essa atitude é tão perigosa quanto viver em função de algo. É impressionante como existem pessoas que pensam assim. E quem vive assim, acredite, deixa de viver em plenitude a própria vida. Na verdade nem vive, só existe numa existência que no fim nem se percebeu vida. E o vazio, o etéreo, se materializam numa caricatura que fazem do sujeito um mero animal, cuja vida, significou apenas o transcurso, sem relevância, inoquo, num tempo preenchido em comer, beber e dormir, ou seja, não muito diferente, e nada superior, ao cachorrinho da madame. Uma vida, cujo inventário, se feito, será tão somente, e nada mais, o fino traço de uma linha no espaço em branco da folha, e quem sabe, por descuido ou até por uma certa benevolência, como quem, sem saber, dá sentido a algo que seria apenas um traço numa folha em branco. Uma vida sem feitos e efeitos característicos de quem não soube dar a sua vida algum significado de existência, em oposição, (porque uma vida assim também é vazia) a uma vida vivida em plenitude. Então, o sentido da vida não está no tanto de coisas que acumulou, mas, no que compartilhou. No sorriso trocado, no afeto demonstrado. Também está no tempo convivido. Nessa troca de afetos e afagos, é nisso que consiste viver. É nisso que consiste dar sentido a uma existência que somente adquire significado se , e não haverá outra possibilidade, se compartilhar com àqueles que juntos somos capazes de co(existir).