HORIZONTE

HORIZONTE

A Caminhar pelas ruas vi pessoas vestidas

Elas talvez pensassem que não estavam

Realmente nuas. Não conseguiam esconder

A vaidade que sentiam ao caminhar como

Se estivessem cobertas. Cobertas da mais

Rútila esperança. O olhar distante deseja

Alcançar mais depressa alguma coisa

Distante a buscar. Algo distante do apoio

Das mãos que mais pareciam estar no topo

Dos braços esticados, mas que, realmente,

Estavam ao lado do corpo. Da força

Absorta em pensamentos detidos em ter

Ter mais conforto, mais velocidade nele,

No carro, para quê??? Não são pilotos

De corrida, chegar mais depressa onde???

Para quê??? Aí estão elas na pressa das

Esquinas, nos fins de semana na piscina

Ou na praia sem ver a onda partir, voltar

Em direção ao mar. Quantas de poesia

Perdem no olhar que não vê. O Paraíso

Tão perto, mas, cadê o tempo do olhar

Que não foi programado para ver???

Sabem elas onde as nuvens escondem

Por momento, o sol??? O sabor do

Sorvete é sorvido antes de tê-lo em mãos

A ansiedade por voltar não as permite

Que estejam onde estão. Querem fruir

O olhar na paisagem. O espectro mental

Mas nem sabem definir ao certo se cabe

Mesmo em sua visão. Está na hora

Está na hora de voltar par a rotina, sim

O trabalhar o ganha-pão. Uma força

Força estranha, os impele a perseverar

Quem sabe até progredir. Limpam-se

Os pés da areia da praia. Os trecos estão

Em mãos, já dentro do carro, a sensação

Do dever cumprido, quando não havia

Nenhum encargo a competir. O pé ativa

O acelera dor. Estão de volta pra casa.

Quem gostaria de ter essa consciência

De si mesmo, e alimentar sentimentos

Que poderiam ter um sabor de dor???

Talvez não saibam o quanto estariam

Próximos à verdade do bem-estar

Estivessem par com o próprio amor.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 07/11/2023
Reeditado em 08/11/2023
Código do texto: T7926326
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