A SUTIL DANÇA DA PERCEPÇÃO

Ser capaz de perceber o mundo a minha volta e desvendar o que os outros ocultam nas entrelinhas, já me fez trilhar caminhos de muita angústia. Pois capto os olhares, as palavras e os gestos mais sutis. Entretanto, essa dádiva também me resgatou de infortúnios incontáveis.

 

Nessa jornada de percepção aguçada, encontrei a verdade nas entrelinhas, decifrando segredos e descobrindo o real significado por trás dos silêncios. No labirinto das emoções alheias, tornei-me um observador atento, encontrando tanto beleza quanto desilusão.

 

Hoje, desvendo as máscaras que escondem e sei quem é quem. Não revelo tudo o que percebo e sinto, e afasto-me do que é falso.

 

Mas se eu disser que tudo é perfeito, estaria mentindo, por vezes, sofro com as atitudes alheias, mas insisto e não desisto de seguir em frente sem permitir que tais adversidades roubem minha paz interior. Que tirem o melhor de mim. E por aqueles que agem de forma leviana, apenas lamento, pois sei que o que é deles, o universo vai dar um jeito de devolver em algum momento da vida.

 

Por muito tempo achei que se me conhecessem de verdade, algo os tocaria, mas percebi que isso é presunção da minha parte, as pessoas são o que são e eu não preciso querer muda-las, não temos o poder disso, e eu não tenho que mudar para me sentir acolhido e aceito. Eu sei da minha índole e do meu coração. Agora sou eu que decido quem vai e quem fica.

 

E nessa dança delicada entre lamento e discernimento, valorizo cada encontro genuíno, cada gesto autêntico, cada palavra verdadeira, cada abraço real, cada sorriso sincero e cada olhar terno.