EU TAMBÉM ME CASEI COM A SOLIDÃO - #Memorial Recantista# Eu Apoio
(Baseado no texto #Memorial Recantista# Eu Apoio - SOLIDÃO, da ilustre poetisa Erivaslucena, publicado em 29/10/2023)
Olha, Erivaslucena, parece que temos algo em comum, algo bem parecido em nossas vidas. Você disse que se casou com a SOLIDÃO, pois bem, eu só não deitei com ela numa rede, mas dormi muitas noites com essa "bendita" numa cama enfrentando a tristeza. Essa malvada SOLIDÃO já me fez companhia muitas vezes e até me induziu a verter lágrimas.
Eu também ouvia o vento, ele assobiava, talvez para mim porque sabia que eu estava com ela, a SOLIDÃO. Eu queria um ser para dialogar, mesmo que fosse de outro planeta, mas ela não deixava, me importunava o tempo todo, principalmente a noite. Ah! SOLIDÃO, por que escolheste a mim? Fui um alvo fácil, fui torturado.
Eu falava com as paredes, com as plantas, falava até sozinho. Acho que falava com a SOLIDÃO, essa ingrata e destruidora de alegrias. Nessa vida eu dancei com a SOLIDÃO, me acostumei com ela, tornou-se minha companheira inseparável. Somos um par perfeito, nunca pisei nos seus pés, nem ela nos meus. Na minha larga cama me habituei a dormir, a sonhar sonhos que eu não queria, mas aceitava.
Eu só ouvia a minha voz, os meus gemidos e assim os anos se passaram com esse sofrimento. Me casei com a SOLIDÃO e nunca consegui me separar dela. Eu com meus lamentos e minhas lágrimas, eu com a SOLIDÃO que nunca me deixou em paz e que fez com que me acostumasse com ela.