ME PROPUS
Eu me propus...
Me propus a ser quem sou
A andar de cabeça erguida
Sem olhar o mundo a minha volta
Aaah, o mundo das coisas
que permeia a minha volta...
Com seus encantos e lamurios
Balbuciando aos meus ouvidos
Sons e conselhos vãs
Atesta em minha alma
Seus confiltos inglórios
Transformando cada passo meu dado
Em um fardo que não carregarei
Por culpa ou desatino....
Sofrer as consequências por ter
Simplesmente nascido, não me faz
Atirar-se sem máscaras a esmo
Em um mundo que,
Já cambaleante caminhava na sua autoestrada...
Pois então, neste exato momento
Estou confinado no agora
E já não tenho caso algum
Com o futuro que resta-me
Sim, o futuro, sempre é feito de especulações
Não posso aguardá-lo
Não sei se estarei no seu presente
Por hora, faço em mim morada
E caminho na autoestrada que fui colocado
Mas, desatento, fabrico minhas passadas
E vou indo de encontro daquilo que era meu anseio...
Vou sem receios, sem bagagens e sem
Muitas lembranças, só o que restou de mim
Do hoje, é o que levo...
Talvez, no meio do caminho
Haja um novo despertar
Anunciando o agora que não é mais presente
Observando que o que é vindouro
Está logo ali, diante de tudo que rejeitei
Refazendo momentos gravados em mim
Como quebra cabeças em um jogo
De vida ou morte...
Transformando assim, meu eu,
Um espectador das minhas escolhas
E o carregador das decisões tomadas
A vida, anuncia, seu início, meio e fim
Ficar a esperar o fim desse jogo
Tráz a pressa dos afazeres
E das pequenas promessas sutis
Que delineadas estão no caminho
Então vou, sem pressa...
Pressa ? para quê ?
Se no final, morremos no presente
Sendo que quem acaba de nascer
Sonha com um futuro
E irá percorrer a mesma autoestrada
A autoestrada da vida...
Um ciclo que não se acaba
Um recomeço que todos almejam
E um agora que poucos vivem
Viver é sonhar...
E poucos tem sonhado em vida
Eu; acomodo-me no sofá
E me proponho a sonhar
Sem me dar ao trabalho
De nenhuma reflexão
Deixando tudo com está
Sendo o contraponto
Da vida, do mundo e do eu
Que me propus a; só estar aqui !