Não consigo chegar a conclusão alguma
As vezes paro, penso e analiso, com cuidado, tentando ultrapassar aquilo que em mim, permanece indeciso, mal elaborado. Enfim, em suma, ainda assim, não consigo chegar a conclusão alguma. Barthes.
Que frase profunda e complexa! Parece que o autor está em um dilema existencial, buscando uma resposta para os seus questionamentos. Será que ele está falando de amor, de política, de filosofia? Não importa, o que importa é a forma como ele expressa o seu pensamento, tão refinada e elegantemente.
Mas espera um pouco... Será que ele realmente pensou em alguma coisa? Será que ele não está apenas enrolando, usando palavras bonitas para disfarçar a sua falta de conteúdo? Será que ele não está sendo irônico consigo mesmo, admitindo que não sabe de nada? Será que ele não está brincando com a nossa expectativa, criando uma frase que parece ter um sentido profundo, mas que na verdade não tem sentido nenhum?
Talvez seja isso. Talvez ele esteja nos mostrando como é fácil enganar os outros com a linguagem, como é possível criar uma ilusão de profundidade com frases vazias. Talvez ele esteja nos convidando a rir, da nossa própria ingenuidade, de acreditar em tudo o que lemos. Talvez ele esteja nos desafiando a pensar por nós mesmos, a não aceitar passivamente as ideias dos outros.
Ou talvez não. Talvez ele esteja falando sério. Talvez ele realmente esteja em uma crise existencial, sem saber o que fazer da vida. Talvez ele esteja sofrendo por amor, por política, por filosofia. Talvez ele esteja sendo sincero, confessando a sua indecisão e a sua confusão.
Nesse caso, só podemos lamentar. Lamentar por ele, que não consegue encontrar uma resposta para os seus problemas. Lamentar por nós, que tantas vezes, talvez, já tenhamos vivido o mesmo dilema, não conseguimos entender o seu sentimento? Será pífia a linguagem, que não consegue comunicar o que realmente importa?
Enfim, em suma, ainda assim, não conseguimos chegar a conclusão alguma.
Barthes.