Um Amanhecer.

Ontem a vi, sentada a beira da calçada, sorria, brincava, brindava um amanhecer de opções à espera.

Cabelos longos até a cintura, mas que, posto a descansar no colo numa projeção no quadro natural.

Perdido em pensamentos ora ingênuos, noutros tão maliciosos que a própria luxúria envergonhada retirou-se, eu então, nesse momento, preso a íris do seu olhar... Apresentei-me.

Entre o saber, e, o dizer, sem perguntas banais, ou, de cunho investigativos, ignorando as pessoas ao redor, aproximei-me, passando a mão pelos fios escuros que descia como cascatas por seu busto, segurando firme sua nuca, roubei-lhe o doce/vicioso do seu beijo. Após o crime cometido sem censura das partes, fitando-a por breves segundos senti algo tomar meu corpo sem licença. Os raios do sol aquecia nossas intenções, a mistura do frio calor que consistia numa febre repentina nos toques suaves das mãos, a ladrona que invadia suas curvas, seus segredos.

O desejo, não passou do desejo de possuir toda aquela beldade, que agora de pé, anotando seu número, entregando-me em silêncio, disse:

- Me ligue.

E, se foi...

Texto: Um Amanhecer.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 27/10/2023 às 06:56