O BRASILEIRO PRECISA DIALOGAR CONSIGO MESMO
O velho mote ‘o brasileiro precisa ser estudado’ (justo por quem... pela NASA!) se converte no muito mais salutar: ‘o brasileiro precisa ser o Sócrates de si mesmo e dos demais e se unir em um mesmo estrado (falando de palco, já que foram citados atores da revolução ou da contra-revolução, acima), em uma mesma classe, em igualdade, numa relação de-homem-para-homem’. Torna-te aquilo que tu és como um slogan (não-entendido pejorativamente) revolucionário – contra a intenção original de Nietzsche (pelo menos no que toca à forma dessa transvaloração).
Tornar implica de antemão conhecer; conhecer é fraco, implica resignar-se, se não houver um acréscimo à frase da sibila Conhece-te a ti mesmo. Para quê? Para perceber as próprias limitações, dir-se-ia num sentido epistemológico. Mas aqui se trata do saber dialético, da práxis, e este conhecer deveria ser já uma ação, ou seria sempre um autoconhecimento distorcido e individualista. Tornar-se quem se é como lema-resumo da luta de um povo é perfeito para conotar a luta revolucionária para inverter o quadro de opressor-oprimido. Quem é o homem senão aquele que pode modificar o próprio destino?