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SOU UM DOIDO COM TODA A RAZÃO

 

A minha principal teoria é a de que devemos abandonar todas as teorias

E dar preferência ... para a vida

Substituir as “ideias” pela “prática”

Abandonar a “Metafísica” e se adentrar [de cabeça] na “lógica”

Mover-se do misticismo e migrar para o mundo de “pés no chão”

Sim, sair das aulas nos quartéis e ir para a guerra

Porém, para tal é preciso d’uma grande dose de ... ousadia

É como a arriscar tudo n’uma mesa de poker

Ao que [isto] só os grandes jogadores [o] fazem

 

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Crer no que não se compreende ...

Mas, seria de fato ... crer?

Oh! e quem não é “assim”?

Da verdade a se dizer que impossível seria, quiçá, viver sem crer?

Sei lá!

 

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Crê-se, pois, alguém na existência do sol não tanto por ele mesmo

(ainda que as luzes não permitem mentir!)

Porém, pelas sombras (as quais ele projeta)

Deste modo deixaria alguém, então, de nele crer quando envolto s’encontra

[este miserável] nas trevas da noite?

Pode ser ...

Crê-se, na verdade, devido a uma circunstância ou uma causa,

que se não houvesse, decerto que não creria ...

Nem no sol, nem em cois’alguma

Nem em Deus, nem em si mesmo

Em nada

 

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Que lúcida “ideia” eu tenho da vida?

Lúcida mesmo ... nenhuma

E duvido que alguém tenha (lucidamente falando)

Ah! Todos a respeito da vida só têm, na verdade, “ideias”

E raro que tem, de fato, a vida

Quase todos são covardes diante da vida (ou dentro dela)

Já que temos medo ... de viver

E, sobretudo, d’ele a si mesmo ... ser

 

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E quem amar poderia n’ausência de seu pensamento?

Mas, eis que tocamos a vida só quando [n’ela] pensamos!

E, portanto, o pensamento ... é tudo

Quanta miséria, meu Deus!

Ou isto é um “absurdo”?

 

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Ai, quem dera se ignorante eu fosse e nunca o filósofo qu’eu sou

Já que os ignorantes aproveitam a vida em sua totalidade

E a vivem, portanto, ao extremo

Enquanto os filósofos querem [antes de tudo] atestar se realmente existe vida

Tolos ...!

E tolo sou eu ... também

 

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Enquanto penso, eis que me lembro d’uma vida que [aos poucos] me mata

E, interessante que por mais qu'eu cansado [dela] esteja, não quero morrer

Embora, por vezes, chego a me convencer qu’estou morto (faz tempo!)

E estou [sempre] onde não m’encontro: em mim mesmo

A ser meu vital paradoxo

Que loucura é tudo isto!

Sou um doido ... com toda razão

Sou realmente um doido com toda [a minha] razão

 

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Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2023

 

IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (TIRADAS POR CELULAR)

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

SOU UM DOIDO COM TODA A RAZÃO

 

A minha principal teoria é a de que devemos abandonar todas as teorias

E dar preferência ... para a vida

Substituir as “ideias” pela “prática”

Abandonar a “Metafísica” e se adentrar [de cabeça] na “lógica”

Mover-se do misticismo e migrar para o mundo de “pés no chão”

Sim, sair das aulas nos quartéis e ir para a guerra

Porém, para tal é preciso d’uma grande dose de ... ousadia

É como a arriscar tudo n’uma mesa de poker

Ao que [isto] só os grandes jogadores [o] fazem

 

Crer no que não se compreende ...

Mas, seria de fato ... crer?

Oh! e quem não é “assim”?

Da verdade a se dizer que impossível seria, quiçá, viver sem crer?

Sei lá!

 

Crê-se, pois, alguém na existência do sol não tanto por ele mesmo

(ainda que as luzes não permitem mentir!)

Porém, pelas sombras (as quais ele projeta)

Deste modo deixaria alguém, então, de nele crer quando envolto s’encontra

[este miserável] nas trevas da noite?

Pode ser ...

Crê-se, na verdade, devido a uma circunstância ou uma causa,

que se não houvesse, decerto que não creria ...

Nem no sol, nem em cois’alguma

Sim ...

Nem em Deus, nem em si mesmo

Em nada

 

Que lúcida “ideia” eu tenho da vida?

Lúcida mesmo ... nenhuma

E duvido que alguém tenha (lucidamente falando)

Ah! Todos a respeito da vida só têm, na verdade, “ideias”

E raro que tem, de fato, a vida

Quase todos são covardes diante da vida (ou dentro dela)

Já que temos medo ... de viver

E, sobretudo, d’ele a si mesmo ... ser

 

E quem amar poderia n’ausência de seu pensamento?

Mas, eis que tocamos a vida só quando [n’ela] pensamos!

E, portanto, o pensamento ... é tudo

Quanta miséria, meu Deus!

Ou isto é um “absurdo”?

 

Ai, quem dera se ignorante eu fosse e nunca o filósofo qu’eu sou

Já que os ignorantes aproveitam a vida em sua totalidade

E a vivem, portanto, ao extremo

Enquanto os filósofos querem [antes de tudo] atestar se realmente existe vida

Tolos ...!

E tolo sou eu ... também

 

Enquanto penso, eis que me lembro d’uma vida que [aos poucos] me mata

E, interessante que por mais qu'eu cansado [dela] esteja, não quero morrer

Embora, por vezes, chego a me convencer qu’estou morto (faz tempo!)

E estou [sempre] onde não m’encontro: em mim mesmo

A ser meu vital paradoxo

Que loucura é tudo isto!

Sou um doido ... com toda razão

Sou realmente um doido com toda [a minha] razão

 

Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2023

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 26/10/2023
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