Vozes da Minha Cabeça
Ficar no meu quarto nem sempre era ruim. Se eu mantivesse minha mente ocupada, ficaria bem. Todavia, quando o desânimo e o tédio tomam de conta, costumo dá ouvidos aos meus pensamentos e principalmente às lembranças ruins. Torna-se um barulho tão ensurdecedor que é difícil manter a sanidade.
Mas aqui está, meu escape: a luz das estrelas cintilavam lá no alto como um lembrete da vastidão do cosmos, provocando uma sensação tênue de insignificância e êxtase. Cada estrela daquela tinha uma história, uma narrativa de nascimento e morte, de distância e proximidade, de luz e escuridão. Entregar-me a essa sensação reduziam minha existência, minhas lutas, meus traumas e pensamentos a poeira.
Eu fazia parte do cosmos, mas era um mero grão de areia perdido na vastidão do tempo e do espaço. Enquanto alguns se assustam com tamanha pequenez, eu conseguia me deleitar. Eu conseguia sentir uma felicidade estranha brotando do meu peito.
Ali, eu me sentia viva.