Vozes da Minha Cabeça

Ficar no meu quarto nem sempre era ruim. Se eu mantivesse minha mente ocupada, ficaria bem. Todavia, quando o desânimo e o tédio tomam de conta, costumo dá ouvidos aos meus pensamentos e principalmente às lembranças ruins. Torna-se um barulho tão ensurdecedor que é difícil manter a sanidade.

Mas aqui está, meu escape: a luz das estrelas cintilavam lá no alto como um lembrete da vastidão do cosmos, provocando uma sensação tênue de insignificância e êxtase. Cada estrela daquela tinha uma história, uma narrativa de nascimento e morte, de distância e proximidade, de luz e escuridão. Entregar-me a essa sensação reduziam minha existência, minhas lutas, meus traumas e pensamentos a poeira.

Eu fazia parte do cosmos, mas era um mero grão de areia perdido na vastidão do tempo e do espaço. Enquanto alguns se assustam com tamanha pequenez, eu conseguia me deleitar. Eu conseguia sentir uma felicidade estranha brotando do meu peito.

Ali, eu me sentia viva.

Asterion Hadaward
Enviado por Asterion Hadaward em 21/10/2023
Reeditado em 21/10/2023
Código do texto: T7913445
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