Por favor me deixem ser surreal - opus Nº 1
Ela não existe aqui e nem do outro lado.
Ele é o nada, sabe que é.
No pensamento frio que é o dele,
ela tenta colocar fogo, mas é em vão...
No quarto escuro do inverno,
um quarto com um teto azul crescente,
ele encontra velhas melodias tristes
e um retrato dos pais em silêncio.
A vela que queimou na sala chega
nas narinas e acorda um cãozinho que se rebela.
Eu quero dormir.
A fortaleza que cai e a liberdade que sobra.
No meio o calor, o vapor que acaba.
O beijo no rosto e vão se embora.
A Avenca que chora no jardim não
me implora cuidados especiais.
A alegria da última cor da refração...
Outro dia a beleza me sorriu no mercado.
Encontrei no silêncio a última alegria que me restava.
No meu pesadelo eu sou simplesmente eu.