Desfeitura

A vida, com suas deformidades

Forçou-me a duvidar da permanência

Num mundo de constante inconsistência

De quaisquer unanimidades.

Deformava-me, e a cada deformação

Era como a serpente que a carne come

De si mesma, e a si mesma consome:

Ouroboros da indigestão.

A vida era sempre essa besta impura...

E assim tornei-me, nessa insana fluidez

O que o mundo, ao não fazer-me, fez:

O ápice empírico dessa desfeitura.

Damnus Vobiscum
Enviado por Damnus Vobiscum em 18/10/2023
Código do texto: T7911409
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