Palavras
Aí de mim não acreditar nisso, que suas palavras são verdadeiras. Sem isso nada mais me resta, então me apego no que mais me falta e minha maior obsessão, palavras.
Que elas não sejam soltas em vão, que não sejam manipuladas. Não há garantias há não ser os seus olhos que brilham enquanto falam. Se o brilho também for artificial, então não acredito em mais nada.
Feliz de quem ainda tem onde se apegar, e que desconhece a sensação de areia movediça, de paredes que desmoronam. Não ter onde se escorar na queda é caminho direto para o abismo.
Por esses dias lembrei de uma canção de ninar. "Se essa rua se essa rua fosse minha, eu mandava eu mandava ladrilhar..."
Se essa rua fosse minha, o que eu faria? Também tentaria tranaforma-la em um local único. No fim, precisamos de concreto puro, com ou sem pedras de brilhante, para nossos pés passarem com a mínima segurança que ali existe um caminho.
Às vezes eu esqueço de falar que tenho medo. Nem sei de que. Talvez saiba, mas não sei falar, eu nunca sei. Geralmente queremos o que nos falta, e as palavras, elas sempre me escapam.