SENDO EU MESMO
Uma luz ainda que fraca pode clarear todo um caminho
Mas, o que ele à frente me revela?
E que angústia é esta a me invadir agora?
Todavia, não a temo
E sigo ...
Pergunto-vos agora:
Você acredita em “verdades testemunhadas”?
Quantas “certezas coletivas” você abriga em sua alma?
Quantas “verdades sagradas” você defende?
Já chegou a duvidar d’alguma, ou evita questioná-las por medo
de saber que sejam “verdadeiras mentiras”?
Ou achas que não tens o “direito de duvidar”?
A se saber que há uma grande diferença entre ter dúvida
e ser um “ignorante” sobre algo
Quem dá crédito sem saber [pelo que não usa de seu juízo]
não tem opinião própria
Ao que assim o faz por aceitar as certezas alheias
E, portanto, é um grande insensato
Uma “dádiva”
Ah! uma dádiva, sim, ao qu’eu diria
que a Vida me ofertou
E à ela quanto eu agradeço!
E de que “dádiva” eu falo?
Refiro-me as minhas “dúvidas”
Sim, minhas amadas dúvidas
Ao qu’eu estaria em dívida co’a Vida [e comigo mesmo]
se aceitasse “as certezas” que todos acreditam,
e abrisse mão de minhas dúvidas
Deus me livre de ser “assim” ...
Não sou como aqueles qu’em tudo acredita
Abdicando-se [estes] da faculdade de pensar
Isso mesmo:
Não dou crédito a cois’alguma por si só
Onde tudo precisa passar pela lupa de minha avaliação
A fim de ter “o selo de ‘minha’ aprovação”
E já disse isto umas mil vezes
A ser [até] repetitivo, eu sei
Ao que afirmo mais uma vez:
Não sou do tipo d’aqueles que acreditam em qualquer coisa
Só porque todo mundo acredita
E vou ainda mais longe:
Sou cético para tudo
E desconfio de todo mundo
Sim, não confio em ninguém
Ao que não ponho minha mão no fogo por pesso'alguma
E se tu, meu prezado, não for como eu, sinto te dizer,
mas tenho muita pena de você
Retorno o meu caminho
A olhar para trás
E na visão do crepúsculo a se fazer agora percebo que nenhuma hora
é igual a outra
Estão [as horas] sempre mudando
Ainda que o percurso seja o mesmo
Ou será que ele também muda?
Ou o caminho é que muda e as horas é que são as mesmas?
Afinal, ha quem diga que o tempo nem existe!?
Ah! Sei lá!
Estou em dúvida
Eu confesso
Bem, melhor assim
Carlos Renoir
Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2023
IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (TIRADAS POR CELULAR)
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
SENDO EU MESMO
Uma luz ainda que fraca pode clarear todo um caminho
Mas, o que ele à frente me revela?
E que angústia é esta a me invadir agora?
Todavia, não a temo
E sigo ...
Pergunto-vos agora:
Você acredita em “verdades testemunhadas”?
Quantas “certezas coletivas” você abriga em sua alma?
Quantas “verdades sagradas” você defende?
Já chegou a duvidar d’alguma, ou evita questioná-las por medo
de saber que sejam “verdadeiras mentiras”?
Ou achas que não tens o “direito de duvidar”?
A se saber que há uma grande diferença entre ter dúvida
e ser um “ignorante” sobre algo
Quem dá crédito sem saber [pelo que não usa de seu juízo]
não tem opinião própria
Ao que assim o faz por aceitar as certezas alheias
E, portanto, é um grande insensato
Uma “dádiva”
Ah! uma dádiva, sim, ao qu’eu diria
que a Vida me ofertou
E à ela quanto eu agradeço!
E de que “dádiva” eu falo?
Refiro-me as minhas “dúvidas”
Sim, minhas amadas dúvidas
Ao qu’eu estaria em dívida co’a Vida [e comigo mesmo]
se aceitasse “as certezas” que todos acreditam,
e abrisse mão de minhas dúvidas
Deus me livre de ser “assim” ...
Não sou como aqueles qu’em tudo acredita
Abdicando-se [estes] da faculdade de pensar
Isso mesmo:
Não dou crédito a cois’alguma por si só
Onde tudo precisa passar pela lupa de minha avaliação
A fim de ter “o selo de ‘minha’ aprovação”
E já disse isto umas mil vezes
A ser [até] repetitivo, eu sei
Ao que afirmo mais uma vez:
Não sou do tipo d’aqueles que acreditam em qualquer coisa
Só porque todo mundo acredita
E vou ainda mais longe:
Sou cético para tudo
E desconfio de todo mundo
Sim, não confio em ninguém
Ao que não ponho minha mão no fogo por pesso'alguma
E se tu, meu prezado, não for como eu, sinto te dizer,
mas tenho muita pena de você
Retorno o meu caminho
A olhar para trás
E na visão do crepúsculo a se fazer agora percebo que nenhuma hora
é igual a outra
Estão [as horas] sempre mudando
Ainda que o percurso seja o mesmo
Ou será que ele também muda?
Ou o caminho é que muda e as horas é que são as mesmas?
Afinal, ha quem diga que o tempo nem existe!?
Ah! Sei lá!
Estou em dúvida
Eu confesso
Bem, melhor assim
Carlos Renoir
Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2023