Síndrome
Preso pelas horas
Nas paredes do meu quarto
Repleto de demoras
Me questiono, já farto
Estou como?
Sua resposta não chegou
Já encerrou a sobrevida
A certeza se concretizou
Em um concreto rachado, uma dúvida:
Estou como?
Você que ignora
Que nem ao menos se importa
Aproveitando que meu ego corrobora
Com você me fazendo sua melhor anedota
Estou como?
E se tento sair
Você me prende de volta
Basta a menor esmola de afeto surgir
Para apertar essa corrente que não solta
Estou como?
Isso já ultrapassou o limite do tóxico
É praticamente radioativo
Me distancia de um ser estoico
Nisso de sobreviver para ser cativo
Estou como?
Está tudo errado
Sinto o que não deveria existir
Tal meu juízo pertubado
Parece estar condenado a repetir
A pergunta que se faz solução
Meu doce pedido de socorro
Ando em circulos nessa situação
Falando as vezes sem decoro
Estou como?
Estou como?
Estou como?
Estou como?