Ponte do adeus
No tardar da noite e bem devagarinho, meu cérebro traduz lembranças suas em pontos específicos num mapa gigante, de nome "coração". Meu peito mapeou você para que cada memória composta por nós, fosse casa quando eu não tivesse para onde ir. Te revisitar me é confortável, tanto quanto deitar numa cama quentinha em pleno inverno de 9 graus. Quando você não está, busco paz na melhor sensação do mundo, que é te ver chegar.
O seu ficar mantém as minhas pernas enraizadas nesse mundo injusto e pequeno demais para mim. O seu ficar faz com que seja fácil o mais dos indomáveis obstáculos. Faz parecer pequeno aquilo que entala a garganta quando o peito arde e não sobe ar. Você é o que me separa da dor de ser.
Desconheço outro jeito de viver, de sentir, de amar. Eu não saberia ser outra coisa, se não amor, perto de você. Somos feitas de tanto amor, que o encaixar do seu corpo no meu, explode.
Te sentir faz tudo o que dói atravessar a ponte do adeus.