E, Meu Demônio Veio Falar-me...
E, Meu Demônio Veio Falar-me...
03:45 da madrugada, desperto meio sonolento tateando a parede do quarto, confuso sobre o porquê, e, o por quê. Sentei-me na cama sem entender ao certo o que levou-me a perder as escritas, tendo em vista quê, tudo ao meu redor se fazia composições. Peguei meu celular, abri o bloco de notas, e, olhando-o nada vinha a mente, quando ouvi chamar meu nome:
- Dinho?..
Levantei a vista para ver, e, dei-me de cara com a fonte do chamado...
- Você me conhece?..
- Sim! Desde de "A Chuva.".
A Chuva foi minha primeira escrita, um relato bem infantil, onde eu afirmava adora-la...
- Ok! Muito propício sua resposta, o que quer?
- Esta sem conseguir escrever? Perdeu o tino para suas fábulas? Ou, perdeu-se tanto a ponto de nem mesmo reconhece-se?..
- Não sei! E sim! Estou sem conseguir de fato.
Ele olhou-me sorrindo, disse:
- Nada disso é justificável! Não se perde o que tem na alma! Dinho, mesmo que eu arrebatasse sua alma, estraçalhando-a, ainda assim, você escreveria! Para você, escrever, é só um ponto de uma estrada sem fim, onde, cada acostamento, cada curva, leva-te a bifurcações que remete a novas linhas.
Ao falar isso, ele aproximou seu rosto no meu, olhando fixamente em meus olhos, continuou:
- Escreva...
Texto: E, Meu Demônio Veio Falar-me.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 08/10/2023 às 04:10