Desvios

Como chegamos nisso?

Seria minha dureza com tuas falhas?

Ou tua vacilação constante em se afirmar na nossa relação?

Como chegamos de um resgate adolescente amoroso, de um salto no precipício de mãos dadas, de um largar o passado para ser felizes juntos, para o que temos hoje? Esse piegas clichê de um casal desgastado, depois de tão pouco tempo, como se há tempos estivesse casado?

Infelizmente... desse lugar intenso e frutífero despertamos em uma cama cheia de espinhos onde nenhum de nós consegue repousar.

Do amor prometido e da devoção partilhada para um local de desprezo e negligência, em que você parece não notar e eu finjo não me importar.

Você nota a sua negligência?

Eu finjo que não me importo.

Você se importa com minha indiferença?

Eu finjo que não te noto...

Você finge sua negligência como eu finjo minha indiferença?

Gostaria de entender, amor, por onde nossos passos nos levaram.

A gente começou tão bem. A gente começou certo.

Mas seria o motivo porque não começamos de olhos bem abertos?

(Quisera eu que você conseguisse entender esse poema. Uma pena que pra você, poesia é mais difícil de entender que grego...).