Nada.
Nada.
Choro a noite inteira, perguntando-me do porque de tantas lágrimas confusas. Vejo uma pessoa que acredita no sentir, vejo um sentir que desacredita no próprio ser.
Choros inteiros com soluços na noite, e, penso em fechar-me diante de tudo, todavia, tudo que estava diante de mim, era um nada criado pela mente infantil de minha pessoa.
Ainda em silêncio choro. Acreditar, sonhar, viver, são lágrimas brutalmente esvaídas, arrancadas sem aviso pelo desejo cego, ou, talvez, até tenha tido um, mas, ao fechar os olhos, abrimos brecha para o peito sangrar a dor inerente ao querer.
Uma mão estendida... Uma punhalada certa.
Um olhar doce... O amargor do encanto.
Palavras cativantes... O engano dos ingênuos.
A inocência do crer... A malícia das juras.
Choro. Procurando entender porque não consigo ter nada que me conceda alegria, filhos, estar de novo na estrada de moto, ou, simplesmente sentado como agora estou desenhando letras na tentativa vã de chegar a uma lógica, que, muitas vezes, sem lógica nenhuma, descrevo meu sentir.
Obs: Começando do hoje, sem previsão de retorno, deixarei de escrever.
Texto: Nada.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 30/09/2023 às 19:41