O amor em matéria
Preciso escrever sobre o amor. Não sobre romance, mas o quanto ele embeleza a vida. Não sei usar palavras quando falo dele. Parece que nada do que escrevo consegue acompanhar a beleza que o ato de amar traz.
Todos os fenômenos sociais parecem ganhar formas. Quando passei a dar importância a bibliotecas infatojuvenis, cuja exposição maior são livros de romances adolescentes? Quando passei a buscar traduções de músicas extremamente românticas na tentativa de identificar o que eu sentia?
De repente meu coração passou a palpitar junto a veracidade do vento. Ele já foi ventania quando esse amor ficava ansioso. Já foi aconchego quando foi brisa. Trovejou quando ele se foi.
As folhas das árvores balançavam de acordo com as notas que eu tomava sobre meu amor. O amor me colocou no mundo e tudo o que sempre esteve nesse mundo me preencheu.
Observei as formas das águas, das folhas, das árvores, do céu. Tudo parecia o amor em matéria. Tudo estava tão belo quanto meu amor.