Entre estranhos

Ando meio inquieto, sem saber o que colocar no papel. Não sei se chegará até você. Caso encontre essas linhas tortas, considere que encontrou o tesouro... Ou a própria caixa de pandora! Compartilhamos sonhos, coisas incomuns e comuns. Mas isso devia ser sobre o tempo! O impiedoso. O mesmo que clareou os seus cabelos e te deu um pouco de rugas nesse rosto celestial. Claro que é celestial, independente dos pesares. Divino, pois, há perdão mesmo após a dor instaurada nesse peito pequeno. Em mim não há paz, só o peso da minha decisão e dúvida se fiz a escolha certa. Só queria deixar claro que, tenho muito respeito... Na verdade... Não era isso que queria dizer. Talvez a ame um pouco. Mas o tempo é mesmo insólito! Eu engulo isso e o deixo passar. Futuramente terei uma certa indigestão, nada que um antiácido não resolva. Acredito ter me perdido no personagem, me perdi de mim.

Lembro-me detalhadamente de tudo que ocorreu, da posição dos teus pés ao tentar alcançar minha nuca num abraço nada fraternal e da sua mordente carne. É especial para mim, acredite. Mas o tempo, cara. Muito cedo, hora errada, lugar errado, nada certo e nada errado, tudo confuso, uma gritaria! Fui puxado pelos meus erros, estou tentando repará-los, não posso pedir que me espere pois não sei quando ou se voltarei. Enquanto isso, viverá em mim, em retratos na galeria da minha alma. Ainda te imagino dançando na areia com um vestido de renda rodado. Na minha cabeça é assim que ele é, não sou da moda, tento ser poeta. Aguardarei um e-mail, dizendo que leu esta mensagem. Isso é algo real! Aproveita o teu sol enquanto eu vivo na sombra.