Ver.

Ouvir.

Sentir.

Silhuetas na janela vendo a chuva fina e mansa cair na terra seca.

Emana no ar o cheiro da vida renovada onde jazem corpos prontos a acordar para a vida.

Bandida.

Certeira.

A flecha do arqueiro mira o coração.

Em pedaços.

Cada um recolhe sua parte no espólio da vida.

Que a cada minuto renasce em um novo ser.

Puro, que se tornará impuro, para com a dor voltar a ser imaculado.

Rasga o véu da mulher amada que chora a rosa partida, quebrada, mal amada.

Renasce então um novo ser, e um turbilhão de silhuetas observam pela janela um novo amanhecer.

Mendes Neto
Enviado por Mendes Neto em 26/09/2023
Reeditado em 26/09/2023
Código do texto: T7894784
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