Uma literatura chamada amor
Não gosto da literatura irrealista, aquela poesia que finge ser humana
Precisa daquela corrosão enigmática
Preciso da dor do artista
Sentir saudade da pessoa que ele ama
Sentir medo dos seus fantasmas
Sentir as lágrimas que caíram quando ele não conseguiu se despedir daqueles que já amou
Nunca gostei dos poetas superficiais
Aqueles que encontram as razões mais fúteis para machucar sua alma
Nem toda inspiração vem da dor
As vezes os olhos tom de caramelo me faz escrever os textos mais ridículos sobre o amor
Fernando Pessoa ficaria orgulhoso
Clarice Lispector nem tanto
Para ela, o amor representa uma farpa que tenta se fundir ao meu DNA
Para Fernando, ah meu querido romântico inconfundível
O amor é naturalmente ridículo
Mas não tanto quanto as pessoas que nunca sentiram ele