O Olhar.
O Olhar.
Hoje, olho sem nenhum tipo de inspiração a folha à minha frente, retorno ao passado, onde, por muitas vezes servira de temas, mas que hoje, as velhas portas, as janelas outrora entreabertas, e, pequenas rachaduras simplesmente se fecharam.
Volto a pensar então, no mais improvável futuro, mas, nada vejo, senão, uma tela negra, e, despeço-me daquilo quê, ainda não tenho.
Agora, ainda nesse momento de hoje, busco você, para fazer-me criar, iniciar quem sabe uma linha sequer, entretanto, nem mesmo você esta aqui, fazendo-me crer que fora um sonho, tornando-se no final, um pesadelo sem fim, findando os versos/duetos de um só pensar.
Nestas muitas rondas, deparo-me com uma estrada conhecida de velhos caminhares, sem sinalizações adequadas as margens, sem acostamento para descansar as tantas vezes quê, ditando a si mesmo, composições de cada sentir, e, lembra quê a cada curva, um acidente é inevitável, e, o que resta é apenas manter-se na direção até não ter mais combustível para acionar o motor.
Ainda olhando esta folha branca, com uma aparência escura percebo que mesmo sem luz, tais papéis ainda assim, inspira-me a escrever com um teor fúnebre, embora, cheio de sentimentos diz a mim em seu silêncio...
"Há sempre uma esperança, mesmo diante da escuridão vista por seu olhar humano, então, desligue sua matéria, e, conceda a seu espírito, o olhar natural da vida.
Hoje, olho-me naturalmente...
Texto: O Olhar.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 17/09/2023 às 13:28