UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE AS REDES SOCIAIS!
No vasto mosaico da história da humanidade, a evolução sempre foi a constante que nos conduziu através das eras. Desde os primeiros passos vacilantes de nossos ancestrais hominídeos até a complexidade da civilização contemporânea, a busca incessante por progresso e aprimoramento tem sido o motor de nossa existência. No entanto, à medida que navegamos pelas águas turvas das redes sociais no século XXI, é imperativo questionar se essa evolução está tomando um rumo que, no final das contas, nos levará a um destino desejável. Desde os primórdios da nossa existência, nossos ancestrais enfrentaram desafios monumentais. Eles sobreviveram às intempéries da natureza, aprenderam a caçar, a colher e a dominar o fogo. A busca por comida, abrigo e segurança forjou uma chama dentro de nós, impulsionando-nos a criar ferramentas, linguagem e cultura. Cada pequeno passo ao longo dessa jornada representou um salto evolutivo que nos trouxe até o momento presente.
A ascensão das redes sociais, com sua promessa de conexão global e democratização da informação, inicialmente pareceu ser um marco da evolução humana. No entanto, conforme mergulhamos mais profundamente nesse reino virtual, torna-se cada vez mais claro que estamos trilhando um caminho tortuoso. As redes sociais nos tornaram seres hiperconectados, mas paradoxalmente solitários. Somos bombardeados com atualizações constantes, likes e comentários, alimentando nosso ego digital enquanto nossa conexão com o mundo real se desvanece. A busca incessante por validação virtual obscureceu nossa percepção da autenticidade e da verdadeira conexão humana.
Além disso, as redes sociais nos moldaram em consumidores compulsivos de informação, frequentemente à custa de nossa atenção, tempo e saúde mental. Vivemos em uma era de desinformação desenfreada, onde a validade da informação é frequentemente medida pelo número de compartilhamentos em vez de sua precisão. A busca pela aprovação virtual muitas vezes nos leva a aceitar cegamente o que se alinha com nossos preconceitos, perpetuando bolhas de filtro que minam a diversidade de pensamento. A evolução humana, outrora guiada pela adaptação ao ambiente natural, agora parece ser definida pela nossa capacidade de criar ambientes digitais. No entanto, essa evolução desenfreada pode nos estar afastando de nossa essência, corroendo nossa empatia, autenticidade e compreensão mútua.
A crítica das redes sociais não deve ser vista como uma condenação, mas como um chamado à reflexão. Sim! Não podemos achar que isso seja normal! A verdadeira evolução humana deve ser direcionada pelo autoconhecimento e pela busca por uma sociedade mais justa, equitativa e compassiva. Devemos aprender a equilibrar nossa presença digital com o mundo real, a buscar informações confiáveis e a nutrir relacionamentos genuínos. As redes sociais podem ser uma ferramenta poderosa, mas é essencial que as usemos com responsabilidade e discernimento. Devemos resistir à tentação de permitir que elas ditem nossa evolução e, em vez disso, empregá-las como meio para atingir um futuro que respeite e honre nossa humanidade compartilhada.
Em última análise, a verdadeira evolução humana não reside na superficialidade das redes sociais, mas na profundidade de nossa compreensão, empatia e conexões significativas uns com os outros. Neste momento crítico de nossa história, cabe a cada um de nós refletir sobre o papel que desejamos desempenhar na evolução de nossa espécie e na construção de um mundo mais humano e compassivo. Precisamos nos tocar e se tocar, trocar olhares, olho no olho, bem de perto, sentido o calor humano, não o calor das telas.
À medida que contemplamos a beleza e a complexidade da evolução humana, somos lembrados de nossa responsabilidade de cuidar uns dos outros e do mundo que compartilhamos. Pois a verdadeira medida de nossa evolução não reside apenas em nosso conhecimento, mas em nossa capacidade de usar esse conhecimento para criar um mundo melhor para todas as gerações que virão após nós. Que possamos continuar evoluindo não apenas como espécie, mas como seres compassivos e conscientes, guiados pela luz da sabedoria e do amor. No fundo, a evolução humana nos ensina que somos mais do que simples produtos da natureza. Somos agentes ativos em nossa própria evolução. A cada escolha que fazemos, a cada passo que damos em direção à compreensão e ao respeito mútuo, estamos moldando o curso de nossa jornada. Sejamos humanos e mais humanos, sem muitas redes sociais, mas pessoas em nossas vidas sociais, e é isso!
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Ronald Sá, é ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro. Tem mais de 30 textos teatrais escritos, tanto infantil e adulto. Mora em São Luís do Maranhão. Começou a se interessar pelas letras desde criança. Formado em Artes Cênicas, tem um grupo de teatro na periferia da cidade maranhense, o Núcleo de Produção Teoria das Artes, no Anjo da Guarda, bairro cultural, celeiro de vários artistas. Atuou, escreveu e dirigiu 26 espetáculos. No momento, escreve sua primeira série e e seu primeiro livro sobre o mundo teatral.