Deus Veio Conversar.
Deus Veio Conversar.
Pela primeira vez era tarde.
Uma tarde quente, naquela tarde. Uma de tão saudosa, que, aquecia à tarde.
Mas, não era uma tarde apenas, para ser tarde demais...
Eu andava por linhas asfálticas desta cidade parada, sentei na praça do Campo Grande, e, pensando em você, resolvi então, caminhar pelas linhas dos meus pensamentos, buscando à cada acostamento, letras que definisse todo meu sentir.
Nem começei a diluir-las, sentou próximo uma criança, e, curiosa olhando para meu celular, peegunta:
- Bom dia. O que o senhor esta fazendo. Escrevendo...
- Boa. Sim! Tentando apenas. Você é bem curioso. Cadê seus pais?
- Estão por ai...
- Ok. Cuidado para não se perder...
- Acredito que não. E o senhor, esta perdido?
- Ahn!..
- Vendo seu foco no celular presumi...
- Tem um vocábulo muito rico para a sua idade...
- O senhor estar, ou, não?
- Não!..
Procurei por seus pais, ou, alguém que estivesse vigiando-o, e, nada...
- Olha, foi bom conversar contigo, mas, estou querendo escrever...
- Por que então, não diz logo para ela do que sente de verdade.
- Quê?
- É, para moça de olhos castanhos...
- Não tem moça nenhuma. Tá viajando...
- Tá bom! Eu sei!..
- Agora que deu! É o que me faltava, um pirralho dizer o que devo ou não fazer...
- Se o senhor diz não ter ninguém, então, por que tantas fotos?
Pensei comigo:
- Como poderia ele saber das fotos, quando eu apenas abri o bloco de notas, ainda assim, como saber da cor dos olhos. Ele ficava olhando-me como se já soubesse o que eu ia dizer, quando:
- Ficou bonito o primeiro quadro não acha? Suas cores, a interpretação de uma busca pirata, ficou show...
Entrando na jogada dele respondi:
- Ficou sim.
- O segundo também. A tempestade, que, talvez, reflita seu sentir hoje sobre tudo, a chuva, lavando seu passado para dar lugar ao novo, e, aquele clarão, seja o brilho que ela emite até você. Quem sabe!
- Como poderia saber tanto sem ter como conhecimento?
Alguém que me conhecia estava tirando uma comigo. Deve ser minhas irmãs, por ter visto o quadro, mas, e, o outro?
- Sabe Rocha. Não é assim que ela te chama? Preste atenção nos sinais, ela gosta de você. Não consegue perceber isso? Se não vê então,...
- Então, o quê? Quem te mandou, e, quem é?
- Sou a resposta das suas indagações. Olha só. O número 33" a sabedoria que a faz perseguir o que acredita. Nesse caso...
O 13" é uma chance de recomeço, seu, dela, ou, de ambos em algum patamar da suas vidas, posso até supor que já estar acontecendo.
- Como!...
- Volte a alguns meses atrás quando tudo estava cinza, compare com hoje, e, verá um colorido não acha?
O 3333" vai além da sua compreensão, tem origem universal, cuja a motivação, a força, junta-se para vocês, contudo, esse premio tem preços pagar se usá-lo de forma errônea, requer uma administração com responsabilidade.
Agora vamos ao plano terreno. Se ela não sente qualquer coisa por ti, então, o que viria fazer aqui. Tudo bem, você dirá que ela queria conhecer a Bahia! Pronto, mas, se perguntou por que você, quando podia ser qualquer um! Existem trocentas empresas de turismo à escolha, entretanto, foi contigo, não acha meio improvável, e até, surreal ela brincar com seus sentimentos, com que propósito, ainda para completar, para que prolongar. Pare... Fique atento aos sinais.
- Ok. Posso até concordar com seu argumento, e sim, não achava antes, e, hoje continuando achando que não é brincadeira, mas, dai a ter algo mais. Apesar de que eu até gostaria.
- O que você quer exatamente?
- No momento o que já tenho.
- Pronto que assim seja!
Qualquer outra coisa o tempo dirá. Não sou o dono do mundo, não faço milagres, mas, para um bom apreciador de vinhos, o aroma esta propicio a agradar ambos os paladares. Só dê tempo ao tempo.
Quanto a mim... Quem sou não é importante.
Quando você estiver perdido como agora, irá encontrar-me no seu interior, nos atos banais do dia, nas folhas navegando ao vento, no punho que se auto-escreve. Não precisa procurar-me, porquê procurar o que de fato já havia achado, apenas esqueceu.
Fiquei olhando aquela figura pequena no tamanho, mas, enorme em seu entender querendo saber como? Ele me olhou, e, esboçando um leve sorriso, disse:
- Meu pai esta procurando-me, tenho que ir.
Voltei os olhos para a praça agora quase sem ninguém tentando encontrar os pais dele, e, quando virei para ele, já não estava mais. Peguei o celular, abri o bloco de notas e dilui este que, foi sem dúvida nenhuma, algo a se pensar...
(Quando sai do trabalho uma criança conversou comigo na praça do Campo Grande.)
Texto: Deus Veio Conversar.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 13/09/2023 às 15:00