Sobre invisibilidade
Muitas questões no Brasil são invisibilizadas, seja pelo silenciamento social ou pela falta de conhecimento. Hoje, falo especificamente sobre os transtornos mentais na sociedade brasileira. Pouco se fala a respeito, as grandes mídias, as redes sociais, não abordam o assunto, e isso é grave, visto que há a prevalência de pessoas com transtornos mentais no Brasil. Segundo a pensadora Djamila Ribeiro, é preciso tirar uma situação da invisibilidade para que providências sejam tomadas. E a partir do momento que os transtornos mentais não têm visibilidade social, pouco se faz a respeito, tanto em relação a políticas públicas para atender a demanda de pessoas que precisam de atendimento e acompanhamento, quanto à falta de conhecimento populacional, o que leva, consequentemente, a estigmas associados aos transtornos mentais, como por exemplo, discriminação, estereótipos negativos, vergonha e ocultação de quem tem a doença, pelo medo do julgamento social, falta de compreensão e apoio de parentes e familiares, mitos culturais de que depressão, ansiedade e outros transtornos mentais são falta de fé, até um dos problemas mais graves, na minha humilde opinião: acesso limitado a serviços de saúde mental de forma gratuita e continuada. Desse modo, é preciso falar a respeito, através de campanhas, da conscientização social e também através da educação. As escolas, com seu importante papel social na construção de seres humanos, precisam abordar o assunto. Quem sabe assim, campanhas invisibilizadas como o Setembro Amarelo não só ganhem força, como também o assunto ganhe a atenção que merece e as pessoas que sofrem com esses problemas consigam apoio e tratamento gratuito adequados.
Josy Maria