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UM BREVE EXAME DE CONSCIÊNCIA

 

Abrem-se às vezes as portas da memória

Não sei se nest’hora silente [ou não!]

D’alma a que por muito barulhenta ficou!

O que lembras mais de tua vida ... agora?

O que [aqui] tanto mais te alegrou?

Alguma coisa aqui magoou?

Ah! Com certeza

E o que [tu] mais em ti condenas, pois?

Encontras mais aliviado hoje ou ainda te castigas?

 

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E o tempo volta ...

Sê-lo-ia inexorável pelo que tudo [ele] devora?

Talvez não

E não é o que parece demonstrar os antigos retratos?

Sim o tempo a voltar do corpo qu’embora aqui ainda esteja

Todavia, eis que retorna ... pelas lembranças e memórias

 

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E hoje eis que acordados estamos

Até a hora de [nosso] derradeiro sono

O contínuo "hoje"

Entre alvoradas e ocasos da vida a se fazer

Ou se fez

Ou ... a se fazer ... ainda mais

 

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Sim, d’aurora brilhante a qu’então se fará

Até o crepuscular instante que, se formos ver bem,

não demora muito a chegar

Na verdade, não demora nada

E tudo a passar

E a passar ... tão rápido!

 

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Sim, é tudo tão veloz

E os corpos [aqui] que na rotina do mundo s’entorpecem no tempo

A não lembrarem (pelo que ninguém quer) a hora da partida

Seria por medo?

E, assim, talvez vivemos “sonhando” no tempo

E nele nos enganamos

 

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E se dizem que os olhos se apagam durante o sono

Por muito [tempo] que os de quase todo mundo já se apagaram

Antes mesmos de dormirem o “sono final”

 

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Não podemos perder tempo

Ou, não deveríamos

Até porque [ele] é, de fato, implacável

E não perdoa "quando" não o [bem] aproveitamos

Acordemos, então

 

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Mas, quem [que conosco esteve] viverá em nossa memória?

Quem em todo o tempo [n’ela] estará?

Quer mesmo saber?

Trata-se de duas [pessoas] contrárias

A que se portaram em nossas vidas

Da marca onde cada qual [d’elas] em nós deixou

Sim, ninguém esquece quem um dia muito amou

Como também ninguém deslembra quem em sua vida tanto odiou

Sobretudo, quando a este ... não perdoou

 

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É fato:

Ninguém esquece ... um devedor

Felizes, então, os que perdoam

Podem partir d’aqui ... em paz

Mas desgraçados os que guardam ressentimento e rancor

Não terão a mesma sorte dos que perdoam

E cada qual irá para onde "já está"

Os primeiros para o céu

E os segundos para o inferno

E sempre sabendo

Cada qual irá para onde “já está”

 

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Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2023

 

IMAGENS: FOTOS PARTICULARES

 

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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES

 

UM BREVE EXAME DE CONSCIÊNCIA

 

Abrem-se às vezes as portas da memória

Não sei se nest’hora silente [ou não!]

D’alma a que por muito barulhenta ficou!

O que lembras mais de tua vida ... agora?

O que [aqui] tanto mais te alegrou?

Alguma coisa aqui magoou?

Ah! Com certeza

E o que [tu] mais em ti condenas, pois?

Encontras mais aliviado hoje ou ainda te castigas?

 

E o tempo volta ...

Sê-lo-ia inexorável pelo que tudo [ele] devora?

Talvez não

E não é o que parece demonstrar os antigos retratos?

Sim o tempo a voltar do corpo qu’embora aqui ainda esteja

Todavia, eis que retorna ... pelas lembranças e memórias

 

E hoje eis que acordados estamos

Até a hora de [nosso] derradeiro sono

O contínuo "hoje"

Entre alvoradas e ocasos da vida a se fazer

Ou se fez

Ou ... a se fazer ... ainda mais

 

Sim, d’aurora brilhante a qu’então se fará

Até o crepuscular instante que, se formos ver bem,

não demora muito a chegar

Na verdade, não demora nada

E tudo a passar

E a passar ... tão rápido!

 

Sim, é tudo tão veloz

E os corpos [aqui] que na rotina do mundo s’entorpecem no tempo

A não lembrarem (pelo que ninguém quer) a hora da partida

Seria por medo?

E, assim, talvez vivemos “sonhando” no tempo

E nele nos enganamos

 

E se dizem que os olhos se apagam durante o sono

Por muito [tempo] que os de quase todo mundo já se apagaram

Antes mesmos de dormirem o “sono final”

 

Não podemos perder tempo

Ou, não deveríamos

Até porque [ele] é, de fato, implacável

E não perdoa "quando" não o [bem] aproveitamos

Acordemos, então

 

Mas, quem [que conosco esteve] viverá em nossa memória?

Quem em todo o tempo [n’ela] estará?

Quer mesmo saber?

Trata-se de duas [pessoas] contrárias

A que se portaram em nossas vidas

Da marca onde cada qual [d’elas] em nós deixou

Sim, ninguém esquece quem um dia muito amou

Como também ninguém deslembra quem em sua vida tanto odiou

Sobretudo, quando a este ... não perdoou

 

É fato:

Ninguém esquece ... um devedor

Felizes, então, os que perdoam

Podem partir d’aqui ... em paz

Mas desgraçados os que guardam ressentimento e rancor

Não terão a mesma sorte dos que perdoam

E cada qual irá para onde "já está"

Os primeiros para o céu

E os segundos para o inferno

E sempre sabendo

Cada qual irá para onde “já está”

 

Carlos Renoir

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2023

Carlos Renoir
Enviado por Carlos Renoir em 04/09/2023
Reeditado em 04/09/2023
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