TEORIA DO CICLO DA ÁGUA
As palavras pesaram nos olhos
E escorreram sem sentido
Dessa vez, sem gemido
Saltaram descendo pelo rosto quente
Não há quem enfrente
A vida inteira os próprios demônios
Recorrentemente
Sozinha
No salão da cozinha
Pairam os fantasmas a valsar
Rodopiam um por um a relembrar
Como retrógrado Saturno
Vêm conferir se aprendi a dançar
Em tragos imaginários, engulo
Em leves passos, continuo
Mesmo não pegando o ritmo
Finjo o corpo a balançar
Qualquer movimento é bem vindo
Quando não se pode parar
A vida te empurra, como a tela do jogo
Tem tanta água à rolar
Na ponte, no rosto
Energia cíclica.