TEORIA DO CICLO DA ÁGUA

As palavras pesaram nos olhos

E escorreram sem sentido

Dessa vez, sem gemido

Saltaram descendo pelo rosto quente

Não há quem enfrente

A vida inteira os próprios demônios

Recorrentemente

Sozinha

No salão da cozinha

Pairam os fantasmas a valsar

Rodopiam um por um a relembrar

Como retrógrado Saturno

Vêm conferir se aprendi a dançar

Em tragos imaginários, engulo

Em leves passos, continuo

Mesmo não pegando o ritmo

Finjo o corpo a balançar

Qualquer movimento é bem vindo

Quando não se pode parar

A vida te empurra, como a tela do jogo

Tem tanta água à rolar

Na ponte, no rosto

Energia cíclica.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 04/09/2023
Reeditado em 04/09/2023
Código do texto: T7877561
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