O que nos Causam, que, Causamos a Outros.
O que nos Causam, que, Causamos a Outros.
Depois de um dia perfeito, ele, pega o metrô para casa, soltando no Acesso Norte, dirijiu-se ao terminal afim de pegar a condução. Chegando na ala sete do mesmo, fica a esperar o ônibus. Conversas sobre a vida dos outros, sobre o casamento maldito, e, da maldita sorte de cada um, entre tantos assuntos sem porque, são revelados nesta fila.
Calado fica atento a tudo, de repente aproxima-se um indivíduo bêbado esculhambando as pessoas na fila, dizendo:
- São um bando de covarde, sem amor ao próximo...
Assim o bêbado vai cuspindo sua embriaguez a seu bel prazer.
Parando à frente do cidadão, que, nem sequer deu boa noite a numerosa fila, o bêbado resmungando estende a mão para pegar naquele homem, o mesmo se esquiva e pede para que não o tocasse, mas, o indivíduo insiste.
O destino muitas vezes brinca com a natureza humana, com um prazer mórbido, ou, por inocência. Aposta no amor, nos colocando à prova para ensinar, até mesmo, em castigar outros, e assim, foi feito. Na segunda tentativa de pegar no rapaz, este, deu-lhe um soco com o punho esquerdo já que a direita esta seguelada devido o AVE, a cabeça do bêbado virou quase trezentos e sessenta grau para direita, tendo em seguida uma cotovelada levando a mesma para a esquerda, o bêbado desandou caindo após um chute lateral no peito, chocando a cabeça no asfalto, fica quieto.
Após a cena, todos na fila falavam juntos:
- Que ignorância.
- Chame a polícia.
Outros resmungavam sem entender, o rapaz desceu o batente sem dar ouvidos aos presentes, chegou perto do bêbado, ajoelhou, inclinou a cabeça cento e oitenta grau, e, falou:
- Você iria morrer em outra ocasião.
Ele ouviu passos vindo em sua direção, os passos silenciaram dando lugar a uma voz vinda das costas.
- Levante! Disse a voz. É muito fácil bater em uma pessoa bêbada. Não é?
O rapaz ainda ajoelhado, olhando de relance, viu que um homem alto, com um porte físico de academia, estava parado ali. Então ele respondeu:
- Sim! Muito fácil...
O homem ouviu a resposta retrucou:
- Levante, e, tente com alguém sóbrio.
O rapaz foi levantando devagar ainda de costas para o individuo, que, aproveitou a deixa e lançou um socou no rapaz, porém, nada atingiu. As pessoas na fila aplaudiram o feito, a forma heroica contra o rapaz, mulheres gritavam para ele espancar o rapaz, mas, silenciaram quando viu o homem perder o ato, para depois cair ao chão contorcendo-se de dor, pois, o rapaz havia se esquivado do golpe, contra-atacando o adversário com um soco no joelho atingindo o ligamento colateral lateral com um soco direito, seguido de um soco de esquerda atingindo o ligamento colateral medial. Ao atingir tais partes o homem cambaleou pendendo para a esquerda recebendo outro golpe no sternum junto com uma cotovelada na mandíbula deslocando-a, levando-o a gritar.
As pessoas são de fato urubus, no momento era uma torcida a favor, agora, favorecia a mim. Alguns curiosos se aproximaram querendo saber como foi feito, outros, para demostrar-lhe, mas, o rapaz apenas olhou aqueles seres sem definição, virou as costas, e, foi saindo. Um outro pega no ombro dele, este, virou para o indivíduo e falou:
- Me pegue novamente.
Com o olhar fixo no outro, que, tratou de baixar a vista pedindo perdão afastou-se, ele então voltou a ficar de costas e saiu, dirigindo-se para o ponto esperar seu ônibus que demorara de passar. Sussurros, olhares, murmúrios, empregavam aquela noite já passando das 24 horas. O rapaz, não importando-se com o falatório, ficou a lembrar daquele dia com sua filha, do quanto ela se divertiu, e, sabia que, não tivera dias assim com ela em quatro anos desde seu acidente vascular, sorriu, pegou seu ônibus para casa, deixando para trás toda desavença.
Texto: O que nos Causam, que, Causamos a Outros
Autor: Osvaldo Rocha v Jr.
Data: 29/08/2023 às 19:15