Feche portas
Você sabe se retirar das situações? Você consegue reconhecer quando certos contextos em sua vida já não agregam e que, portanto, chegou a hora de seguir por caminhos novos? Às vezes insistimos em coisas que já acabaram. E é compreensível. É doloroso termos que reconhecer que aquilo que um dia foi tão prazeroso, agradável e enriquecedor, hoje já não significa mais nada em relação ao futuro. Mas é necessário. E é necessário para que novidades aconteçam, para que tenhamos a chance de apreciar novas paisagens, ouvir novas músicas, sentir novos toques. Caso contrário, vivemos naquela sensação de aprisionamento. É como se o tempo tivesse parado. No entanto, não é o tempo que parou. Nós que estacionamos esquecendo-nos do fato de que o tempo é implacável, muda tudo e não espera que despertemos para a sua impermanência.
“Feche algumas portas. Não por orgulho ou arrogância, mas porque já não levam a lugar nenhum” (Paulo Coelho)
E a vida é curta demais para nos acorrentarmos aos lugares de sempre como fazemos mesmo quando sabemos que eles não são mais confortáveis. Mesmo quando percebemos que algo mudou: não somos mais os mesmos, o lugar não é mais o mesmo, a vida não é mais a mesma. Acontece que nos prendemos a ideias. Aprisionamo-nos a conceitos. E, como já conversamos por aqui, ideias o tempo deteriora e substitui por outras. Hoje podemos ter uma visão sobre nós, mas amanhã, devido às vivências pelas quais passamos e as circunstâncias que atravessamos, pode ser que mudemos de opinião a respeito de quem somos. Nossos contextos precisam acompanhar essa mudança. É necessário que aprendamos a reconhecer quando uma história chegou ao fim, para que tenhamos a chance de sermos agradecidos pela experiência que tivemos. Caso contrário, de tanto insistirmos em algo que já cumpriu com a sua missão, podemos tornar feio e repugnante o que um dia provocou em nós nossos mais belos e espontâneos sorrisos. O que é injusto. Dizer que histórias chegam ao fim não significa dizer que elas devem ter um trágico encerramento. Pelo contrário. Significa que devemos nos preparar, constantemente, para encerrarmos nossos ciclos com a mesma grandeza com a qual eles foram iniciados.
Não fique parado na porta. Não trave o fluxo da vida. O tempo vai continuar passando. Você queira ou não. Que tal passar com o tempo? Que tal aproveitar o fluxo da vida? Que tal se permitir às transformações e apreciar as novidades que poderão lhe enriquecer e ensinar? A vida é isso mesmo. Essa impermanência criativa. Crie-se com ela... todos os dias... sempre e sempre!
(Texto de @Amilton.Jnior)