O Ritmo do Fim
Não deveria ser normal, mas é
Que caminhemos por aí, mortos e esquecidos
Não deveria ser simples assim
Abandonar a si, uma coragem covarde
Não deveria existir essa festa
Onde todos riem, mas, na verdade, choram
Não deveria ser raso assim
O vôo dos condenados, a dança dos não-contados
As cores se misturam, mas é pura psicodelia
O caleidoscópio da alma está monocromático
A montanha não é alta o suficiente
Mas ainda assim nos cansamos de subir
Nós compramos, mas não precisamos
Nós ouvimos, mas não aprendemos
Nós falamos, mas ninguém ouve
Nós sangramos, e ninguém se importa
Os sinos polifônicos já nos dizem
O enigma logo será desvendado
A todos os convidados para o banquete
Da nossa extinção, uma clara distinção
Mesa cheia, mente em branco
Boca fechada, mente em chamas
Abraço dado, frio que não cede
Toque sem transcendência… é apenas o algoritmo
… o ritmo
Do fim!