A CASA DO PAI
Ergue-se, pois, o tempo do leito em que nel’estava?
Certamente, e por que não?
E assim ved’então mais uma viv’aurora
Presente de Deus para nós, filhos da terra e do tempo (filhos d’Ele)
No que se sacrificaria [o tempo] o seu sono em todas as manhãs?
Talvez sim, talvez não
Sim, quando o sacrifício se faz sacro-ofício para a vida
O sagrado "dharma" de todos
Porém não, quando sacrifício seja sinônimo de punição ou de suplício
E o galo a cantar (ou a louvar a vida) já de madrugada
Uma capelinha
Sim, uma simples igrejinha
Não era uma imponente catedral
Nem precisava ... ser
Mas, e quem disse que Deus n’ela não estaria?
Meu Deus, por que tantos acham que Tu estarias somente em
suntuosos santuários e grandes basílicas e não em humildes templos?
E por que quase ninguém acredita ser ... um "divino e Vosso templo"?
É verdade somos templos de Deus
Oh! Creria alguém que Deus em algum certo lugar não estaria?
E onde, pois, Deus não estaria?
(Ao que costumo a perguntar ... sempre)
Na verdade, como então dizia Santo Agostinho:
“No íntimo do homem existe Deus”
(Ao que Deus não é ... uma “ideia”, e nunca foi)
E assim, somos ... um reflexo de Deus
Todavia, eis que algum ateu certamente me “desafiaria”:
- Se assim somos (Deus), porque morremos já que Deus é imortal?
Ao qu’eu lhe responderia:
- Oh! importa-te [pelo que te preocupas] em morrer, vê-se bem
Todavia, morreria [de verdade] quem para Ele vive?
Somos [todos] ovelhas do divino rebanho
Ainda que muitas (na verdade, a maioria) estejam perdidas
Mas, um dia todas retornarão para Ele
E neste dia todos serão ... Um
E entraremos [e estaremos] na casa do Pai
Somos “uma hora” ou, melhor se diga, um brevíssimo segundo
dentro do “eterno dia” de Deus, a Eternidade
E se esta hora o ocaso do dia inevitavelmente a encontra
no outro [dia] ela co’ele se reencontra
A hora é a apenas uma cronológica divisão do dia
E toda a hora vive para o “dia” que a abriga
O “Dia” é o templo da hora
Do “Dia” ... que é Deus
E das “horas” que somos ... [todos] nós
Não tenhamos medo de entrar no Templo
Nele estaremos [para sempre] ... seguros
A se saber que o tempo é também “templo de Deus”
As sombras calmamente se aproximam
Começa a escurecer
O sol a se agonizar no horizonte
Nos suspiros de seus últimos raios
E, assim, a noite a dar indícios que se inicia
Do dia a que novamente se despede em mais um ocaso
Dos "turnos" a, então, se trocarem
E o dia, finalmente, morrerá
Todavia, não importa
E por que importaria?
Amanhã ... ressuscitará
Carlos Renoir
Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2023
IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (de celular)
MÚSICA: “PAISAGEM DA JANELA” (é só clicar nos links):
Com Lô Borges:
https://www.youtube.com/watch?v=d50EXVUzm_E
Com Beto Guedes:
https://www.youtube.com/watch?v=86_VDUtaAUc
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES:
A CASA DO PAI
Ergue-se, pois, o tempo do leito em que nel’estava?
Certamente, e por que não?
E assim ved’então mais uma viv’aurora
Presente de Deus para nós, filhos da terra e do tempo (filhos d’Ele)
No que se sacrificaria [o tempo] o seu sono em todas as manhãs?
Talvez sim, talvez não
Sim, quando o sacrifício se faz sacro-ofício para a vida
O sagrado "dharma" de todos
Porém não, quando sacrifício seja sinônimo de punição ou de suplício
E o galo a cantar (ou a louvar a vida) já de madrugada
Uma capelinha
Sim, uma simples igrejinha
Não era uma imponente catedral
Nem precisava ... ser
Mas, e quem disse que Deus n’ela não estaria?
Meu Deus, por que tantos acham que Tu estarias somente em
suntuosos santuários e grandes basílicas e não em humildes templos?
E por que quase ninguém acredita ser ... um "divino e Vosso templo"?
É verdade somos templos de Deus
Oh! Creria alguém que Deus em algum certo lugar não estaria?
E onde, pois, Deus não estaria?
(Ao que costumo a perguntar ... sempre)
Na verdade, como então dizia Santo Agostinho:
“No íntimo do homem existe Deus”
(Ao que Deus não é ... uma “ideia”, e nunca foi)
E assim, somos ... um reflexo de Deus
Todavia, eis que algum ateu certamente me “desafiaria”:
- Se assim somos (Deus), porque morremos já que Deus é imortal?
Ao qu’eu lhe responderia:
- Oh! importa-te [pelo que te preocupas] em morrer, vê-se bem
Todavia, morreria [de verdade] quem para Ele vive?
Somos [todos] ovelhas do divino rebanho
Ainda que muitas (na verdade, a maioria) estejam perdidas
Mas, um dia todas retornarão para Ele
E neste dia todos serão ... Um
E entraremos [e estaremos] na casa do Pai
Somos “uma hora” ou, melhor se diga, um brevíssimo segundo
dentro do “eterno dia” de Deus, a Eternidade
E se esta hora o ocaso do dia inevitavelmente a encontra
no outro [dia] ela co’ele se reencontra
A hora é a apenas uma cronológica divisão do dia
E toda a hora vive para o “dia” que a abriga
O “Dia” é o templo da hora
Do “Dia” ... que é Deus
E das “horas” que somos ... [todos] nós
Não tenhamos medo de entrar no Templo
Nele estaremos [para sempre] ... seguros
A se saber que o tempo é também “templo de Deus”
As sombras calmamente se aproximam
Começa a escurecer
O sol a se agonizar no horizonte
Nos suspiros de seus últimos raios
E, assim, a noite a dar indícios que se inicia
Do dia a que novamente se despede em mais um ocaso
Dos "turnos" a, então, se trocarem
E o dia, finalmente, morrerá
Todavia, não importa
E por que importaria?
Amanhã ... ressuscitará
Carlos Renoir
Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2023