Romantização da ansiedade
"Estar" ansiosa, "ser" ansiosa. Tão normal falarmos desse mal que tanto nos acomete, mas por que dói tanto quando alguém diz: "só porque falei que você é ansiosa? Isso fulano já sabe". Sinto como se ela fosse só minha, e só eu tenho o direito de compartilha-la, pois esses momentos de desabafo ocorrem quando estamos num momento de confiança com alguém, e momentos passam. A pessoa que desabafo hoje, pode ser a mesma pessoa que não tenho mais tanto afeto meses depois. As vezes guardamos essa ansiedade numa caixinha, e por um tempo, ela fica sob controle. Porém, existem situações e lembranças que encontram a chave da caixinha. É tão comum justificar situações diversas com o quadro ansioso, justificativa indevida, muitas vezes, que desencadeou uma romantização: "Sou assim por conta da ansiedade, mas isso é normal". Quem é ansioso de verdade, se é que existe termo correto para tal, sabe o quanto dói frases clichês, como: Fulano precisa de ajuda urgente. Não é certo julgar uma dor que você não sente. Se a ajuda não foi solicitada, não tome decisões do que seria melhor, ou fale como deveria agir. Se a recuperação ou cura está em andamento, não faça com que a pessoa pense que não tem o controle. Se ela tem o domínio de sua vida e precisa chorar de vez em quando como uma pessoa normal, meus amigos, ela descobriu que é muito maior que suas emoções, mas que depende delas para viver uma vida intensa e feliz. Qual o problema de ter "altos" e "baixos?! A ansiedade é o desejo de ter tudo no controle, de ter a aprovação de terceiros, de sentir-se amado, é o medo da perda, do desconhecido, de coisas inimagináveis. É a sensação de ser apenas um serzinho nesse mundão. Não defina alguém por um momento ruim, a não ser que você seja um especialista e tenham solicitado sua ajuda.