A Morte na Direção.
A Morte na Direção.
Freios de carro escuto de casa,
O que será?
Chego a janela e vejo,
Um corpo caído na calçada.
Pessoas se amontoando sem dar socorro,
Curiosos tampando seu ar,
Sua filha no telefone,
Desesperada chorando, pede ajuda.
Seus pensamentos já não são mais os mesmos,
Pois, já está fraco,
Suas pernas já não o obedecem,
Seus braços ficam imóveis,
Sua cabeça latejando,
Seus olhos choram, olhando para o erro.
O erro de apenas minutos de travessia,
O erro que não poderá mais ser conserto,
O erro que não poderá, mas, pede perdão.
O freio do carro ainda soa nos teus ouvidos,
Doloridos pela impaciência estúpida do seu ser,
Carros, policiais, SAMU, chegam...
Seu corpo é removido pela ambulância,
Sua vida acaba ali,
Deixado apenas para trás,
Sua filha, que agora chora,
Vendo seu único amigo fechando os olhos,
Para o novo mundo jamais descoberto pelo homem.
Texto: A Morte na Direção.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 03/05/2000