APRENDIZAGENS
Na vastidão da existência, ergue-se uma profunda lição que permeia minha jornada: a sutileza de não subjugar nada, seja conversas, amizades, relacionamentos, atenção ou amor, à força. Tudo que é compelido, como uma torrente que teima em encontrar seu leito, carece de verdadeira substância. O que flui, flui; o que minguar, falhará. Aprender a assimilar tal entendimento foi uma travessia desafiadora, uma navegação pela tempestade que é a própria vida. Contudo, tal desafio se desvendou como uma escola enriquecedora, e dele emergi fortalecido, pronto a seguir avante, destemido diante da partida daqueles que julgava eternos companheiros.
Na quietude do ser, encontrei uma tranquilidade, uma serenidade inabalável. Percebi que, em minha essência, sou intrinsecamente guiado pelo desejo de benevolência, alheio às intenções mesquinhas que podem manchar a alma. Este dom inalienável, como o sol nascente que clareia o horizonte, permanece intocado, imperturbável.
Erguendo-se em contraste ao cenário, a vida assume o papel de uma professora incansável. Nela, vislumbro a face de um mestre infatigável, repetindo as lições até que se fundam em minha consciência. Não sinto temor perante as adversidades, compreendo que a repetição do aprendizado é um chamado à autenticidade, uma oportunidade para internalizar a essência da experiência.
Devo sopesar, com sabedoria, as sombras que tentam se projetar sobre mim, como um ato de resistência interior. Compreendo que a jornada é uma jornada interior, onde a mente, o coração e a alma entrelaçam-se, edificando os alicerces de minha percepção do mundo.
O intricado baile das relações humanas me revelou que a escolha do(a) companheiro(a) de vida é um feito de magnitude singular. Neste intricado entrelaçar de caminhos, reside a influência sobre 90% da minha própria felicidade ou tristeza. Quão sábio é pesar os passos, selecionar cuidadosamente aqueles com quem compartilharei o palco da existência!
Ao atravessar vales difíceis, uma epifania me tocou: a assistência provida por outro é um cântico de amor, um gesto que transcende meras palavras. E assim, enfrentei uma encruzilhada, onde o ato mais amoroso foi apartar-me de algo que ansiava. Este foi o auge da autoestima, uma súplica em prol do meu bem-estar supremo.
Na entrada da senda, vislumbro os olhos inocentes daqueles que entram em nossa órbita. Nestes olhos, percebo a alegria de uma nova aventura, a promessa de um capítulo a ser escrito. Cabe-me o papel de guiar, de nutrir, de compartilhar minha sabedoria, de modo a incutir neles a coragem de pensar de forma singular, de questionar os padrões estabelecidos.
Não há crepúsculo em meu horizonte, pois toda aurora traz consigo uma oportunidade. Amei, tropecei, levantei-me e recomecei. Libertei-me da ânsia de perseguir, compreendi que o fluxo natural da vida traz consigo os tesouros que almejo. Aprendi a descansar nas asas da incerteza, confiando que o universo, como um maestro habilidoso, conduzirá a sinfonia da minha vida de acordo com sua harmonia intrínseca.
E no silêncio da introspecção, na cúpula do autodescobrimento, almejo trazer à luz o desapego. Em minha busca por clareza, opto por trilhar o caminho da serenidade, cortando os laços que enredam e sufocam. O poder da liberdade manifesta-se quando os fios são rompidos, e a alma alça voo em direção à sua própria essência.
Assim, a vida prossegue, encaixando-se em ciclos, emaranhando-se em destinos, cruzando o limiar do conhecido para o desconhecido. E na tessitura do tempo, sigo adiante, um viajante no oceano da existência, tecendo minhas próprias histórias, almejando explorar cada nuance deste vasto espetáculo da vida