Quantas vezes II...
Eles me alertaram para ter tempo...
De olhar muito mais para mim.
Cuidar de meus projetos e anseios.
Tratar de meus interesses e sonhos.
Sem defender apenas as convicções.
Pregando e inventando aos bichos...
Mas apenas dizendo o quanto seria bom.
Sem erguer algumas mágoas ou barreiras.
Nem se prender nas idéias de outro viver.
Para querer que a vida sorria plena e feliz.
Sem receios do mal, da inveja, deste aprendiz.
Sendo o rei do império. Herdeiro do céu interior.
Navegando num mar de amor propulsor.
Amando todas as feias e belas de valor.
Em noites vividas e sonhadas com calor.
Nas selvas, templos, praias de esplendor.
Sempre sorrindo de mãos dadas com as cores.
Brincando de paz, silêncio e sossego com as flores.
Riscando na areia meus bobos versos de amores.
Para mostrar o quanto é e foi bom vencer as dores.
Assim agindo estarei despindo as máscaras da vida.
Sem fazer cara ingênua de paisagem...de desdém.
Impedindo deixar transparecer o que estava sentindo.
Como se Deus não estive vendo o que há por dentro.
Tapeando a minha própria consciência.
Escondendo no silêncio a inconseqüência.
De tomar chuva na lua bebendo carências.
Brincando ao relento... sem nenhuma ciência.
Beijando lábios com os olhos abertos...
Coração fechado... só pensando no sexo.
Perdido! Sem saber quem sou. Complexo.
Caindo no buraco sem fundo...profundo.
Com o meu céu da boca ardendo horrores...
Curtindo as culpas travestidas de amores.
Sonhando acordado os beijos não dados.
Tentando esconder que sou o culpado.
Malhando e correndo...suando e queimando...
Só para ver se ela olha pra mim...fica notando.
Mas como dou bandeira...ela só... debochando.
E eu 'bestando' crente que estava agradando.
Pura atitude errada... pensando que estava certo.
Mascarando os meus medos...num perfeito defeito.
Sem repousar no papel o meu apelo completo.
Dizendo com todas as letras o meu SIM repleto.
Fazendo do meu dia a mais maviosa melodia.
Desentupindo o riso da boca na maior alegria.
Foi assim que escrevi "Quantas vezes"...na agonia!
Só para ver se eu conseguia... versar com empatia.
Hildebrando Menezes