O ANDARILHO E A TEMPESTADE
Quero viver no olho de uma tempestade, onde tudo é chuva, onde tudo é vida despejada do céu para a terra e da terra para o céu; onde os ventos arrastam árvores, onde a paz existe entre gotas e trovões.
Quero viver no olho de uma tempestade, onde posso ser eu, dançando molhado na relva; nos telhados; no mar; onde meu coração é Rei e as infelicidades escorrerão invisivelmente de minhas pálpebras em meio às gotas de chuva.
Lá, menino é homem e nenhum sujeito me dirá o que devo fazer, pois estarão todos amedrontados enquanto danço e, os que, iguais a mim, aventurarem-se no olho da tempestade, dançarão descompromissadamente, como eu, a dança da vida!