As Letras.
As Letras.
Nas minhas férias sozinho, encontrei-me com algumas letras.
Encontrei com a letra "M" esta letra me falou sobre sinais visíveis, mas que, se tornam invisíveis aos meus olhos, embora, eu podia sentir, não queria aceitar.
Achei loucura, criei fugas, e, fugir. Sentei atrás do Forte do Humaitá, quando a letra "A" sentou-se ao meu lado; calada observava o grandioso mar, isso me deixou meio curioso, pois, olhava sem ver o que supostamente à fazia rir, então, perguntei:
- Desculpe! O que tanto te faz rir?
Ela prontamente respondeu.
- Você!
- Eu.
Sim, Você! Você que esta sentado nesta área onde histórias foram narradas pelo próprio destino, é um paradoxo incrível. Neste meio eloquente em que se encontra, você, pessoa sem uma história definida, define tão criativamente tantas histórias à serem vividas internamente.
Eu, parei para pensar um pouco, e, não gostando do que ouvira, sai. Peguei a Bike resolvendo apenas pedalar, quando percebi a letra "R" pedalando rente a mim, dizendo:
- Curioso.
Então, ele parou de pedalar. Embora eu ainda estivesse, ele não ficara atrás, parei, e, perguntei:
- O que é que há? O que é tão curioso?
- Nada demais. Só você! Quando não esta fugindo, tende a parar, contudo, isso me deixa com uma fórmula complexa a resolver. Em tantos momentos avança sem deixar barato a palavra. "Você não vai conseguir." Por outro lado, não tem força para lutar, é um problema cujo resultado só cabe a você. Então, diga-me qual o resulto desta equação?
De alguma maneira, essas letras percebiam o óbvio, que, eu via, mas, não enxergava, e, se enxergava, não conseguia resolver. Dessa vez então, não fora eu que me esquivei, foi a letra que pediu licença e sumiu. Essa luta constante entre mim, comigo mesmo, atormentava-me, eram traumas escondidos na infância, eram coisas que não defini, completando o circulo em cento e oitenta grau apenas, e, medos camuflados numa couraça de seda. Fui andando então pela Calçada preso a tais pensamentos.
Não dei trinta passos, vejo na praça sentada na raiz de uma árvore nativa do local a letra "I" que sorrindo chamou-me:
- Rocha. Senta aqui.
Pensei.
- Como sabe meu nome?
- Vamos lá Poeta.
- Isso esta ficando estranho. Eu a conheço?
- Talvez sim. Talvez não. O tempo dirá! Eu estou enganada? Por que, talvez seja eu quem esteja confusa, ou, talvez você tenha que arrumar sua mente. Logo você, que tem tudo seu no local tão bem organizado, organize-se. Talvez você tenha que separar o seu passado, do seu presente, e, assim consiga criar um futuro ao menos proveitoso, sugiro começar com as coisas mais velhas, eliminando o indesejável, guardando o desejável, e, isso me remete uma pergunta: O que você deseja?
- Não sei ao certo.
Vir-me conversando com uma letra. Devo estar louco.... Ela continuou:
- Não. Você não está? Se quiser saber. Então, retornando. Se você não sabe o que deseja, bem, fica o dizer: "Quem não sabe aonde quer ir, vento nenhum é favorável." você tem valores que, não sei porque oculta-os, mostre-se, desprenda-se, desbrave-se, ou, terei que dizer que, você não consegue, pois, tenho a pequena impressão, que esta frase é um gatilho. Bom Rocha, o papo está até legal, porém, devo retirar-me. Fui... Ah! Pense nisso.
Ela saiu tão confiante de si, que, uma ponta de inveja nasceu em meu peito, relances de minha jornada passara em segundos, e, ela tinha razão, então, levantei-me, dando o primeiro passo com a firmeza com que a vida requereu de mim..
Texto: As Letras
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 07/08/2023 às 18:30