Contar os nossos pecados
Já se vão dias que penso que nossos pecados são controversos, mas ao ver esse diálogo onde linhas singulares se encontram, e tudo deixa de ser tão pra si e se torna tão nosso, caio sobre uma profundidade imersa de inseguranças.
- então você me diz que está com medo do que pode acontecer no futuro?
Talvez, mas eu até arrisco a dizer que sinto medo de não dar conta, de viver em um utopia
- Utopia?
Sim, achar esse tempo todo que o que faço é realmente bom, mas que na verdade é totalmente o contrário e o pior é que posso fracassar, me vejo pequeno e isso é assustador não é?
- isso tem um nome, e é autossabotagem, sabe meu caro, você é grande e isso eu consigo enxergar até mesmo no escuro
Mas eu não
- o ser humano tende a se deixar levar pelo o que a mente cria, o medo e a segurança acaba nos movendo ou nos afogando, e o que sobra da gente é só arrependimentos, aqueles que ficam marcados em nós como uma bela tatuagem.
O diálogo continua e as respostas nem sequer são mencionadas a conversa segue o mesmo caminho
-Mas sabe, eu entendo isso, e ontem mesmo até desistir de fazer o que acho que sou bom, e talvez até não faça mais.
não deveria e sabe o que eu acho?
-O que?
Que devemos considerar as situações que andam atingido o nosso mundo particular e de alguma forma mexem com o nosso emocional, nos deixando em uma corda bamba, nos deixando com sentimentos inconstantes e difíceis de controlar, levantando uma parede enorme que bloqueia a nossa alma criativa e faz com que a gente ache que tudo é terrível, e que no fim das contas esse nosso mundo seja um inferno particular.
Tá aí, vejam bem, esse diálogo que permeia vivências diferentes mas que ao fim se torna um, como um diálogo próprio entre a razão e a segurança, e não tem respostas por que se tivesse esse texto não estaria aqui, esse diálogo nem existiria, mas a parte mais triste é que nem se quer sabemos o X da questão, e que muitas conversas dessas são feitas e muitos são sucumbidos por suas próprias inseguranças, medos, e consequentemente os próximos passos acabam sendo interrompidos por um eu crítico.