Ainda dá tempo de fugir

Eis que me foi repetida essa frase algumas vezes com tom de deboche, com aquele fundinho de verdade que beira a loucura. Fugir do que? Fugir de quem? Se são de sentimentos que se foge ou se de pessoas. Fugir de alguém ou apenas de si?!

Por que ainda dá tempo?! Quando não dá mais? A dúvida é uma escolha ou um gatilho pra demonstrar medo?

Se é pra fugir então é medo de pensar no significado. Se é pra fugir é pra ter segurança de não se perder nesse caminho.

Se o *ainda* é uma possibilidade, é porque ainda não houve doação significativa. Se há doação, é porque não dá mais pra fugir?

Será que o fugir abandona os sentimentos? Te livra de alguma dor? Te libera do compromisso?! Te isenta de dar maiores explicações?! Por fim, é a frase de afirmação que mais representam interrogações. Que mais desperta medo. E o medo não é da pergunta, mas das chances de pensar.

É o tipo de frase que pergunta, que determina e que responde.

Esgote meus anseios. Me diga que eu só preciso fugir para que ainda dê tempo. Porque se existe chances disso acontecer, preciso saber. Também posso dizer-te que esse tempo é cabível de fugir… Porque se for, também tenho direito de tê-lo.