TEMPO DE NINGUÉM
O tempo é tudo o que não temos...
As vezes aleatoriamente abrimos a porta da geladeira e meio que
Inconscientes nos perdemos neste "Espaço-tempo..."
Sem sequer sabermos o que viemos pegar
E nosso olhar se perde, vítreo, hipnótico, distopico
Está tudo lá e nada pegamos como se nada tivesse
Do pão dormido, queijo, manteiga até a porta do ovo...
E quando saímos da vacuidade momentânea do mofo
Fechamos a porta (Portal!?) de novo...
Assim é o tempo que se descondensou e passou por nós
Como uma fumaça invisível e se dissipou
Sem sabermos ao certo onde está
E se existente para onde foi...
Mais este tempo em resiliente desatino
Nunca mais voltará de onde saiu é rolha abandonada pelo vinho
Nesta porteira que abrimos na ampulheta do destino...
Nunca o perderemos até de passar já se perdeu
Tal qual o vento a ninguém pertence como um errante ateu...