Verdades vazias
Cada palavra que você ouviu, eram mentiras
Veladas pelo desejo escuso de ludibriar
Encantado pela vida factual que você nunca teve
Se entregou sem nem ao menos pressupor uma ilusão
Pois era real, na sua cabeça era extremamente fidedigno
Aturdido pela enxurrada de sentimentos irreais
E mesmo com todas as incertezas, tentou seguir íntegro
Pobre alma que se perdeu, sem ter a chance de resistir
Não teve nem tempo de viver o seu deleite
E já olhando para trás, viu a avalanche chegando
Soterrando tudo em seu caminho, sem nenhuma piedade
E o que sobrou foram os cacos, atirados em meio aos escombros
Do que outrora foi um lindo e grandioso castelo fictício
Não juntar os cacos e deixar de existir seria fascinante
Acabar com este ciclo de amarguras e angústias
Dar fim a está existência, que nunca foi e nem será
O gosto amargo na boca atormenta e aflige as madrugadas
E o sentimento desagradável da densidade do ar
Sufoca devagar, aperta o peito, quase parando o coração
Fecha os olhos para tentar embaraçar seus pensamentos
E sem assimilar nenhuma conclusão concreta, adormece
Se entrega sem medo ao doce sonho que logo vai acabar