Cemitério de palavras...
Enquanto sonorizamos a palavra amor, nosso peito julga e condena.
Dado o veredicto... Cumpra-se a pena !
Vamos atirar cem mil pedras, enquanto chamamos o nome de Deus.
Vamos ficar no camarote da nossa perfeição e aplaudir de pé o desacerto,
já que domingo podemos ir à missa e nos confessar ...
E assim tá tudo certo... Tudo muito certo !
Somos tão perfeitos, tão justos ! Imune de falhas e erros, sigamos julgando.
Há quem prefira a escuridão que a luzes de natal...
Há quem ame a guerra e levanta a espada da intolerância.
Numa vala de sentimentos, brada seu grito asfixiado de injustiça.
Herói de cartolina, santo do pau oco, mente oca, alma vazia...
Esconda-se atrás de sua máscara de silicone e egoísmo.
Mas quando o sol de fevereiro derreter a covardia do seu escudo de cera,
o mundo, feito boca de lobo, balança a peneira e pode querer te engolir.
Junte todas as suas falsas virtudes e enterre-as na negritude do seu coração...
Cemitério de palavras
Silêncio e (pre) sentimentos
Angústia e lamentos...