Vidas.
Vidas.
Querem saber como perdi minha vida? Simples! Deixei-me ser levado por uma brisa soprando meu ombro, lamentando a vida, que, levava diante do mar.
Vi estrelas, e, vi a lua, senti a noite, e, toquei o céu, uma ilusão, que, estagnou meu peito.
Não pensava, nem agia sem que fosse movido pela brisa, todavia, existia um mundo que dependia do meu sorriso, dos gestos que a levava à cantar, fiquei dividido entre a vida, e, o vento turbulento vinda das marés.
A brisa...
Um metro e meio, cabelos escuros como seu olhar, um sorriso nunca decifrado, um pesadelo, conhecido, e, desconhecido por ser ignorante.
A vida...
Um metro e setenta e dois de pura beleza, pele morena, olhos escuros como a noite, de um carinho intenso, sorrido que nada ofuscaria.
Era a parte realmente boa de tudo que me aconteceu, um sonho que transformei em lembranças.
Experimentei da brisa o carinho que ela me proporcionou, e, me envolvi esquecendo a vida, que, se encontrava na minha cama.
Na espera daquele sorriso que sempre à fez cantar, ao negar, destrui minha vida, sem saber que parte de mim vivia nela.
Então,...
Acabei deserto, caminhando sem direção, vivendo outras vidas na quais não participei um segundo sequer.
Hoje, as lembranças vão e voltam, sem pedir, sem me poupar do sofrimento que consigo trás, quer saber como eu me encontro hoje? Encontro-me caminhando a beira de um mar, que o destino traçou, sem sentir a brisa refrescando meus fracassos, e, sem a vida que levou consigo a minha...
Texto: Vidas.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 04/12/1999