Você.

Você.

Vocês é como o mar, numa inquietude de movimentos simultâneos, que, lança suas ondas de encontro aos recifes, machucando-se por dentro.

No horizonte, o mais belo olhar, a melhor pousada a atracar, onde descanso meus medos mais profundos.

Náufrago nessa imensidão dos seus carinhos, de onde não desejo salva-me.

Como esse sol que aquece meu corpo, seu calor inflama meus sentimentos.

A claridade do seu sorriso, confundem meu olhar, que, desesperado busca atender vontades.

Busco na sombra, escapar do queimor dos seus toques, desejando o calor quanto a sua ausência.

Não há água que mate a sede de toma-la em meus braços, desidratado de saudades, mergulho fundo nos pensamentos.

Como raio cortando a noite, rasgo a noite, rasgando a solidão como todo, sem deixar vestígios, ou, marcas.

Jogo fora toda, e, qualquer dor existente, são como chuva as lágrimas em meu rosto, serão lembranças, ou, magoas.

Essa tormenta atravessando seus pensamentos, força-lhe a desacreditar em tudo, tempestuando seus dias.

Não queria ver a morte ao lado da vida, nenhuma dor no sorriso, nem descrença no sentir.

Quando perdemos, perdemos também a razão de existir, nem sempre haverá belas flores no campo, mas, já vi sementes brotarem no deserto.

Você é o mais completo elemento da natureza, uma flor nascida no deserto de minha solidão, cujo perfume tornou-se meu ar, sinto-me criança em seu colo, um homem em seus braços, enfim, é a razão pela qual Deus criou o universo, e, nesse ponto infinito, és minha maior razão de existir.

Texto: Você.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 03/09/1999