Essa aqui é minha carta aberta para você

Olá, me chamo incerteza, acordei hoje com uma dor no peito como se o coração quisesse me dizer algo, então eu vim aqui conversar com você, já me disseram um tempo atrás que quando a gente põe pra fora pesa menos, então essa aqui é minha carta aberta pra você.

Não conheço você, mas sabe, penso até que por outras razões, outras circunstâncias, ou um outro plano(pra quem acredita), poderíamos ser amigos.

Mas vamos lá

Minha cabeça segue um fluxo desordenado e talvez eu finja entender, isso é errado não é?

Dizer pra si todo dia que tudo está bem, pra que em algum momento realmente tudo fique aqui dentro.

Minha alma poética me diz coisas sabe?, agora mesmo sinto-me acorrentada ao pulsar do fracasso, mas não é tanto assim, eu não deveria cobrar tanto de mim, não vivo o tanto que necessitamos, mal amei e se amei não foi o suficiente, não pude ainda desbravar o meu maior medo, e sabe qual é? Não ter entendido ainda o que é tudo isso, nem mesmo no final de tudo, nem mesmo nos últimos suspiros do meu corpo.

Hoje eu vi milhares de vezes a mesma cena, as mesmas pessoas e ouvi a mesma música, mas acho que você me entende, não é?

Escutar uma boa música e ver sua mente desmoronando, aliás, eu já disse que quando eu era mais nova, queria ser uma heroína?, vamos lá quem nunca pensou em ser algo que está totalmente fora da realidade, esse era meu mecanismo de defesa, quanto mais partes de mim iam caindo, mais cenários imaginários eu criava, mas hoje por algum motivo as cenas se esgotaram e não há imaginação que me caibam

Ah, não me olhe assim, não é tão deprimente, as coisas estão andando e de fato, não são ruins.

Eu tenho mania de começar algo e não terminar, não por falta de vontade é que dá um desânimo, talvez o meu pecado seja não terminar os meus projetos, será isso?

Ou, será não viver intensamente?, mas o que seria viver intensamente?, eu não consigo entender, peço até desculpas a você por toda essa confusão, é que talvez eu devesse entender mais os meus processos, não correr do meu demônio interior também é enfrentar, mas é que eu sinto tanto medo, medo do vazio me alcançar e o que ficar ser apenas um casulo sem borboleta.

Por fim, não resta muita coisa, no fim do dia eu só quero dormir e talvez me buscar novamente no vale dos esquecidos e recuperar o meu sonho de ser heroína.