SONHOS DE INFÂNCIA

Hoje eu estava falando com Deus, eu tenho esse velho hábito de falar com ele como se fossemos velhos amigos,e somos. Ele me conhece há muito, muito tempo.

Conto a ele em confidência as palavras que me cabem há outrAs que não posso dizer, ainda bem que ele tem o dom de ouvir o coração também.

Falo com Deus em um diálogo aberto como amigos, irmãos ou simplesmente pai e filha, talvez isso seja uma oração, talvez não.

Falavamos de gratidão e dos motivos multiplos que me fazem agradecer a cada segundo. Agradecer pelo meu respirar, e por cada sonho realizado, viver é uma dádiva e viver pra realizaR os próprios sonhos é grandiosos demais.

Enquanto conversavamos abertamente eu disse a ele que agradecia por ser quem sou, mais do que isso agradecia por ser quem eu gostaria de ser quando pequena.

Quando somos crianças fantasiamos e sonhamos com nossa vida de adulto, queremos acelerar o tempo e crescer rápido demais porque achamos que o futuro é o que realmente importa, mal sabemos que desejaremos voltar para a infância durante o resto de nossas vidas, mas isso já é assunto para outro texto.

Eu me fitava no espelho e reconhecei o mesmo olhar daquela menina inocente que também vivia aqui, ela tinha os olhos pequenos e castanhos e um jeito peculiar de ser que só hoje fazendo poesia eu consigo entender.

Me lembrei dela, de mim... não sei se somos uma só ou almas fracionadas pelo espaço-tempo apenas sei que me recordo dos sonhos que ela tinha e hoje nessa noite fria de julho eu percebi que me tornei exatamente quem eu gostaria de ser, é uma honra realizarmos as promessas da infância e nos orgulharmos dos adultos que nos tornamos. Porque a vida bate forte e muitas vezes a gente perde a essencia, o charme e até mesmo a identidade nas curvas sinuosas do destino. Resistir e persistir é tão difícil quanto crescer.

Hoje sou quem eu queria ser, a menina que cresceu em mim e ainda mora aqui sorri e sua graciosidae abrilhanta minha alma e enfeita meu jeito ainda peculiar de ser.

Então agradeci mais uma vez e me sentei pra escrever, pois nesse reconhecimento e esse acaso distraído entre o passado e o presente me renderam mil memórias que trouxeram sentimentos e lembranças que pesam e precisa voar na grandeza sutil das palavras.

E agora eu te pergunto: Você é quem gostaria de ser quando crescesse?

Josih Romano
Enviado por Josih Romano em 18/07/2023
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