CHOVE LÁ FORA
Olho para janela vejo a chuva lá fora;
Fico pensando em tantas coisas,
Coisas que vivi,
Coisas que já passei,
Lembro de minha infância de como era bom correr na rua,
Como era bom banhar na chuva,
Ver a chuva descer, deitar na enchorrada ,
Lembro de várias vezes que pensei em morrer,
Por um amor perdido,
Por uma amizade traiçoeira.
Olho a chuva lá fora que cai por horas no cair da tarde,
Pessoas que por minha vida já passaram e foram embora.
Será que talvez eu merecesse as lágrimas e a saudade que em meu peito aperta.
Fecho os olhos e imagens me vêem a mente,
Um pranto enorme me abate,
Lembro do dia que quis abraçar a morte; mas, ela desviou de mim.
Vejo distante as lágrimas no rosto de meu pai, e sua preocupação.
Sofrimentos que achamos ser o fim e que ninguém compreende,
Vejo que ainda não é chegada a minha hora,
Sinto o valor da vida,
Me vejo pálida, escutando a chuva que cai lá fora;
Consigo ver anjos entre as nuvens carregadas de águas da chuva,
Entendo a força de Deus,
Querendo me mostrar que a vida é o seu maior presente.
Chuva cai sem parar,
O céu se abre,
Anjos me olham ,
Adormeço em vagos pensamentos,
Escuto uma voz doce dizendo:
Corra na chuva se molhe,
Corra para a vida,
Corra sua estrada,
Olhe a chuva que cai e molha a terra,
A chuva que dá frutos para o seu alimento,
Que lava a terra,
Olhe a lua, que vai aparecendo no céu,
A chuva está indo embora,
Amor nasce para mostrar que não precisa sentir medo da vida,
Pois ela é o seu maior presente.
LU GALVÃO