Monotonia

Da monotonia nos dias que se encerram

Busco liberdade, coisa que nunca senti

e em meio as pedras que me atravancam os caminhos da alma

despontam, atrevidos, esses meus dedos-estilingue

sou eu, só eu, eu sei

que falho, que morro e que mato

cada sonho, cada luz no fim do túnel

Sou eu, só eu, que apago

e quanto aos versos sem sentido que escrevo

que me importa, o que vão pensar de mim?

se já, eu mesma, em renúncia ao que creio

desdenho espelhos, que outrora refleti?

quem sou eu, quem é você, afinal?

senão mais um, nessa selva de egos e aparências?

que te resta, um amor e mais cinquenta anos?

para ao fim, imergir em teus últimos suspiros

gotejando salgados arrependimentos?

Lidia Lorena
Enviado por Lidia Lorena em 12/07/2023
Reeditado em 12/07/2023
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