Monotonia
Da monotonia nos dias que se encerram
Busco liberdade, coisa que nunca senti
e em meio as pedras que me atravancam os caminhos da alma
despontam, atrevidos, esses meus dedos-estilingue
sou eu, só eu, eu sei
que falho, que morro e que mato
cada sonho, cada luz no fim do túnel
Sou eu, só eu, que apago
e quanto aos versos sem sentido que escrevo
que me importa, o que vão pensar de mim?
se já, eu mesma, em renúncia ao que creio
desdenho espelhos, que outrora refleti?
quem sou eu, quem é você, afinal?
senão mais um, nessa selva de egos e aparências?
que te resta, um amor e mais cinquenta anos?
para ao fim, imergir em teus últimos suspiros
gotejando salgados arrependimentos?